Qual matéria está procurando ?

História

História

Guerra Civil Americana

A Guerra Civil Americana foi um conflito travado nos Estados Unidos entre os anos de 1861 e 1865. Encerrou-se com cerca de 600 mil mortes e a vitória das tropas nortistas.

Bandeira dos confederados, à esquerda, e bandeira da União, à direita, grupos conflitantes na Guerra Civil Americana. A Guerra Civil Americana causou um confronto entre os confederados (bandeira à esquerda) e a União (bandeira à direita) nos Estados Unidos.

A Guerra Civil Americana foi um conflito que aconteceu nos Estados Unidos, entre os anos de 1861 e 1865, em razão da oposição existente entre os estados do Norte (União) e do Sul (Confederados) na questão da manutenção do trabalho escravo e de sua extensão para os novos territórios norte-americanos — Kansas e Nebrasca.

Os dois grandes estopins para o início da conflito foram a eleição de Abraham Lincoln para a presidência e a separação dos estados sulistas — por isso que o conflito também pode ser chamado de Guerra de Secessão. A guerra terminou com a derrota dos estados sulistas, que foram reintegrados à União, e a morte de 600 mil pessoas.

Leia também: Como ocorreu a independência dos Estados Unidos

Resumo sobre a Guerra Civil Americana

  • A Guerra Civil Americana foi um conflito que aconteceu nos Estados Unidos e estendeu-se de 1861 a 1865.

  • Esse conflito também pode ser chamado de Guerra da Secessão por causa da secessão (separação) dos estados sulistas.

  • O conflito foi motivado pelo desentendimento entre nortistas e sulistas acerca da manutenção da escravidão e sua utilização nos novos territórios.

  • Os dois lados que lutaram nesse conflito foram os estados do Norte (União) e os estados do Sul (Confederados).

  • Os sulistas foram derrotados, a escravidão foi abolida e cerca de 600 mil pessoas morreram.

Videoaula sobre a Guerra Civil Americana

Contexto histórico da Guerra Civil Americana

A Guerra Civil Americana foi resultado da divisão da sociedade norte-americana em torno do assunto da escravidão. Os Estados Unidos eram um país dividido entre os estados do Norte e do Sul e, apesar das similaridades, as diferenças entre os dois lados eram muito grandes e contribuíam para uma relativa inimizade.

Os estados do Norte eram marcados por um relativo desenvolvimento industrial, possuindo grandes cidades, uma classe média urbana bem estabelecida e uma preferência pelo trabalho livre e assalariado. Os estados do Sul, por sua vez, possuíam uma economia agrícola e baseada no modelo de plantation, que priorizava o latifúndio, a monocultura e o trabalho escravo.

A questão do trabalho escravo era um debate crucial nos Estados Unidos da década de 1850. Isso porque a escravidão era proibida nos estados do Norte, mas era largamente utilizada nos estados do Sul. A expansão territorial por qual os Estados Unidos passava no período criou o debate sobre a permissão do trabalho escravo nesses locais.

Esses locais eram os estados de Kansas e Nebrasca. Os sulistas queriam levar a escravidão para lá, mas os nortistas não. A questão da escravidão passava também pela disputa política entre nortistas e sulistas, pois caso os novos territórios se tornassem escravocratas, os sulistas ampliariam a sua força na política norte-americana.

A violência se espalhou pelos novos territórios e confrontos entre escravocratas e abolicionistas se tornaram comuns. A tensão dessa situação toda se agravou com a eleição presidencial que elegeu Abraham Lincoln. O político republicano defendia que a escravidão fosse mantida onde já existia, mas acreditava no valor do trabalho livre.

A eleição de Lincoln desagradou profundamente aos sulistas, que o consideravam um abolicionista radical — embora os historiadores afirmem que Lincoln defendia o trabalho livre, mas não era necessariamente um abolicionista. Isso contribuiu para que a ideia de secessão (separação) ganhasse força entre os estados sulistas.

Leia também: Como se elege o presidente da República nos Estados Unidos?

Quais são as causas da Guerra Civil Americana?

Como já citado, a divergência no debate acerca da escravidão foi o grande motivo para o início do conflito. Nortistas eram contrários à escravidão, e os sulistas defendiam a sua manutenção. O debate se radicalizou por conta da divergência sobre o uso de escravos nos novos territórios — Kansas e Nebrasca.

Além disso, a eleição de Lincoln fortaleceu a insatisfação dos estados sulistas com o governo de Washington e a ideia de separar-se dos Estados Unidos ganhou força. Quando os estados sulistas decidiram-se pela secessão, o governo norte-americano reagiu para garantir a integridade territorial dos Estados Unidos.

A grande causa do conflito foi, portanto, a secessão dos estados sulistas. Esta, por sua vez, aconteceu pela eleição de Abraham Lincoln à presidência dos Estados Unidos e pelas divergências na questão da escravidão entre Norte e Sul.

Retrato de Abraham Lincoln, em 1863. Sua eleição foi uma das causas da Guerra Civil Americana.

Quais foram os principais fatos da Guerra Civil Americana?

O primeiro estado norte-americano a decidir pela separação foi Carolina do Sul. Essa ação foi acompanhada pelo anúncio de separação dos estados do Alabama, Flórida, Mississipi, Geórgia, Luisiana e Texas. Juntos, eles formaram os Estados Confederados da América, que contaram com a adesão tardia de Virgínia, Arkansas, Carolina do Norte e Tennessee.

Com esse cenário, foram definidos os dois lados que lutaram no conflito:

  • Confederados: estados escravistas que estavam se separando;

  • União: estados abolicionistas que permaneceram leais ao governo norte-americano.

    O primeiro embate da Guerra Civil Americana ocorreu no Fort Sumter, localizado na Carolina do Sul. Esse forte, em posse das forças da União, foi atacado por soldados confederados. Não houve nenhuma baixa dos dois lados nesse embate, mas ele é considerado o marco que iniciou o conflito. Em resposta ao ataque sulista, Lincoln ordenou o envio de cerca de 80 mil soldados para o Sul.

Nesse conflito, os nortistas tinham um exército mais bem treinado e mais numeroso, mas os sulistas possuíam grandes estrategistas militares, com destaque para Robert E. Lee. A Guerra Civil Americana é, até hoje, o conflito mais violento da história norte-americana e, por isso, as batalhas foram violentíssimas.

O grande destaque é a Batalha de Gettysburg, realizada em julho de 1863, quando cerca de 150 mil soldados sulistas lutaram contra as tropas da União em Gettysburg, na Pensilvânia. Estima-se a morte de cerca de 30 mil soldados sulistas nesse conflito. Outra batalha importante foi a de Fredericksburg, travada na Virgínia.

Fim da Guerra Civil Americana

A Guerra Civil Americana se estendeu de 1861 a 1865 e sua conclusão se deu como consequência do estrangulamento da economia sulista durante o conflito. As forças da União estabeleceram um bloqueio marítimo sobre o Sul que afetou profundamente a sua economia, impedindo exportações e importações, gerando uma escassez de mercadorias.

À medida que a condição do Sul se agravava, as condições dos soldados sulistas pioravam e isso motivou deserções. Além disso, a derrota sulista incentivou também que milhares de escravos fugissem de propriedades do Sul como consequência da Lei do Confisco, que autorizava as tropas da União a confiscar toda propriedade que tivesse sido usada em benefício dos confederados no conflito.

A derrota sulista ainda foi acompanhada pela 13ª Emenda Constitucional, que determinou, em 1º de janeiro de 1863, a abolição da escravatura no país. Por fim, a derrota confederada fez com que os estados secessionistas fossem reintegrados ao território da União.

Leia também: História da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos

Consequências da Guerra Civil Americana

Como consequência da Guerra Civil Americana, destacam-se:

  • 600 mil mortes;

  • destruição da economia sulista;

  • abolição do trabalho escravo por meio da Lei de Emancipação dos Escravos;

  • fortalecimento do racismo no sul dos Estados Unidos, como uma resposta da sociedade à abolição.

Fontes

KARNAL, Leandro [et al.]. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2

Por Daniel Neves Silva

Você pode se interessar também

História

Doutrina Monroe

História

Independência dos Estados Unidos

História

Ku Klux Klan

História

Marcha para o Oeste nos Estados Unidos

Últimos artigos

Ciclo do Café

O ciclo do café foi o ciclo econômico em que o café predominou na economia brasileira. Iniciou em meados do século XIX, estendendo-se até metade do século XX.

Arte rupestre

A arte rupestre são as obras de arte produzidas pelos hominídeos na Pré-História, destacando-se as pinturas e as gravuras.

Semana Santa

A Semana Santa é uma tradição cristã que tem relação com a Páscoa. Essa semana acompanha os últimos dias da vida de Jesus até a sua ressurreição.

Milagre econômico brasileiro

Milagre econômico brasileiro foi um período da Ditadura Militar no qual a economia brasileira apresentou grande crescimento e importantes obras públicas foram realizadas.