A construção de Brasília foi realizada, na década de 1950, pelo governo de Juscelino Kubitschek. Brasília foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960.
A construção de Brasília foi realizada no governo de Juscelino Kubitschek, nos anos 1950. Tratou-se de uma iniciativa estratégica para interiorizar o desenvolvimento do Brasil, integrando o território e reduzindo a concentração populacional e econômica no litoral. Com objetivos claros de promover a ocupação do interior, descentralizar o poder político e econômico, e simbolizar a modernidade nacional, Brasília foi erguida no Planalto Central por meio de um esforço monumental liderado por Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Joaquim Cardozo.
A cidade, que mobilizou milhares de trabalhadores, foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960, consolidando-se como a nova sede do governo brasileiro e um ícone da arquitetura moderna, mesmo ainda em fase de conclusão.
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A construção de Brasília deve ser entendida dentro do contexto histórico do Brasil na segunda metade do século XX, período marcado por intensas transformações políticas, sociais e econômicas. A ideia de transferir a capital do Brasil para o interior do país não era nova; havia sido mencionada pela primeira vez durante o Período Colonial.
Em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos principais estadistas do Brasil, sugeriu a criação de uma nova capital no interior, com o objetivo de promover a ocupação e o desenvolvimento das regiões menos habitadas do país. Essa ideia ganhou força ao longo do tempo, sendo incorporada na Constituição de 1891, que determinava que a capital deveria ser transferida para o Planalto Central.
O Brasil, até meados do século XX, era um país com grande parte de sua população e infraestrutura concentradas na região costeira, especialmente no Rio de Janeiro, então capital do país. Essa concentração gerava uma série de desequilíbrios econômicos e sociais, além de tornar o país vulnerável em caso de conflitos ou invasões. Nesse cenário, a mudança da capital para o interior surgiu como uma solução para promover a integração nacional e reduzir as disparidades regionais.
Foi durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) que a construção de Brasília ganhou ímpeto. Kubitschek, que assumiu a presidência com o slogan “50 anos em 5”, tinha como objetivo principal modernizar e industrializar o Brasil em um curto período. A construção de Brasília, além de ser uma das metas de seu Plano de Metas, representava a realização de um sonho nacional e simbolizava o progresso e a modernidade que o governo buscava para o país.
A construção de Brasília foi guiada por uma série de objetivos estratégicos e simbólicos. Em primeiro lugar, havia o objetivo de promover a integração territorial do Brasil. A transferência da capital para o interior do país tinha como propósito incentivar o desenvolvimento das regiões central e norte, historicamente menos povoadas e subdesenvolvidas.
Ao construir uma nova capital no Planalto Central, o governo pretendia atrair investimentos, mão de obra e infraestrutura para essas áreas, estimulando o crescimento econômico e a ocupação do território.
Outro objetivo central era diminuir a concentração populacional e econômica na região costeira. O Brasil, até então, enfrentava desafios decorrentes da centralização do poder e da economia nas grandes cidades litorâneas, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. A nova capital seria um polo de atração, ajudando a redistribuir a população e a estimular o desenvolvimento de novas áreas urbanas no interior.
Brasília também foi concebida como um símbolo da modernidade e do desenvolvimento nacional. A cidade foi planejada para ser um marco da arquitetura e do urbanismo moderno, representando a visão de um Brasil que buscava se afirmar como uma nação próspera e avançada. Nesse sentido, a construção de Brasília foi uma declaração de intenções do governo de Juscelino Kubitschek, que desejava posicionar o Brasil como um país em franco processo de modernização e industrialização.
Além disso, havia uma motivação política na construção de Brasília. A transferência da capital para o interior buscava reduzir a influência das elites políticas e econômicas concentradas no Rio de Janeiro, criando uma sede de poder distante das pressões e dos lobbies que dominavam a antiga capital.
Brasília foi projetada para ser uma cidade planejada, onde as instituições públicas poderiam funcionar de maneira mais eficiente e integrada, longe das distrações e tensões da vida urbana no Rio de Janeiro.
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A construção de Brasília foi um empreendimento gigantesco que mobilizou recursos humanos, materiais e financeiros em uma escala sem precedentes na história do Brasil. O projeto da nova capital foi liderado por três figuras centrais: o urbanista Lúcio Costa, o arquiteto Oscar Niemeyer e o engenheiro Joaquim Cardozo.
Lúcio Costa foi responsável pelo Plano Piloto de Brasília, que definiu o traçado urbano da cidade, enquanto Niemeyer projetou os principais edifícios públicos, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília. Joaquim Cardozo foi o responsável pelos cálculos estruturais das obras.
O Plano Piloto de Brasília, elaborado por Lúcio Costa, foi inspirado em conceitos modernos de urbanismo e arquitetura. A cidade foi planejada para ser funcional, com áreas claramente definidas para atividades administrativas, comerciais, residenciais e de lazer. O traçado da cidade, com a forma de um avião ou de uma borboleta, reflete essa organização, com as “asas” abrigando as áreas residenciais e o “corpo” concentrando os prédios governamentais e as principais atividades administrativas.
A construção de Brasília começou oficialmente em 1956, e, em pouco tempo, o canteiro de obras se tornou um dos maiores do mundo. Trabalhadores de todas as partes do Brasil, conhecidos como “candangos”, migraram para o Planalto Central em busca de oportunidades de emprego.
Esses trabalhadores enfrentaram condições extremamente difíceis, como a falta de infraestrutura básica, o isolamento geográfico e o clima árido da região. No entanto, a perseverança e o esforço dos candangos foram fundamentais para a realização do projeto.
A obra avançou em um ritmo acelerado, graças ao uso de técnicas modernas de construção e ao forte apoio do governo federal. Máquinas e equipamentos foram importados de diversos países, e o governo investiu pesadamente na construção de estradas, pontes e outras infraestruturas essenciais para conectar Brasília ao restante do país.
Ao longo dos anos, Brasília se tornou um símbolo do “milagre brasileiro”, representando a capacidade do país de realizar grandes obras de engenharia e urbanismo.
A inauguração de Brasília ocorreu em 21 de abril de 1960, em uma cerimônia que contou com a presença de autoridades nacionais e internacionais. A data foi escolhida em homenagem a Tiradentes, um dos heróis da Inconfidência Mineira, reforçando o simbolismo de Brasília como um marco da independência e da modernidade do Brasil. A inauguração marcou o fim de uma etapa importante na história do país, consolidando a nova capital como o centro do poder político e administrativo do Brasil.
Apesar de ter sido inaugurada em 1960, Brasília ainda não estava completamente concluída. Muitas obras continuaram em andamento por vários anos, e a cidade enfrentou diversos desafios, como a necessidade de expandir sua infraestrutura e atender à crescente demanda por serviços públicos e habitação. No entanto, a inauguração de Brasília foi um momento de grande orgulho nacional, simbolizando o sucesso do projeto de modernização do governo de Juscelino Kubitschek.
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Brasília rapidamente se estabeleceu como a nova sede do governo brasileiro, e sua construção teve um impacto profundo na política e na economia do país. A nova capital ajudou a promover a integração territorial do Brasil, estimulando o desenvolvimento do interior e reduzindo a centralização do poder nas regiões costeiras. Além disso, Brasília se tornou um ícone da arquitetura e do urbanismo moderno, sendo reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1987.
A construção de Brasília foi um dos maiores feitos da história do Brasil, representando o espírito de inovação e progresso que marcou a era de Juscelino Kubitschek. Mesmo enfrentando críticas e desafios ao longo dos anos, Brasília permanece como um símbolo duradouro da capacidade do Brasil de sonhar e realizar grandes projetos. A cidade continua a ser o centro do poder político do Brasil, desempenhando um papel crucial na história e no desenvolvimento do país.
Créditos das imagens
[1]Arquivo Nacional / Wikimedia Commons
[2] אורי ר. / Wikimedia Commons
[3] Arquivo Nacional / Wikimedia Commons
Fontes
CAMPOS, Tiago. Compêndio de História do Brasil – Volume III: República (1889 – 2024). São Paulo: Cosenza, 2024.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009