Índice de Indeterminação do Sujeito
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A partícula “se” possui várias funções dentro da língua portuguesa, entretanto, hoje, será destacado somente seu papel como Índice de Indeterminação do Sujeito. Mas antes de conhecer as características dessa função, é necessário revisar a definição de sujeito e de sujeito indeterminado. Veja a seguir:
A oração (enunciado organizado a partir de um verbo ou de uma locução verbal) divide-se em Sujeito (palavra ou conjunto de palavras a respeito de quem se declara algo) e Predicado (tudo aquilo que é dito sobre o sujeito), por isso esses termos são considerados essenciais à oração, já que compõem sua estrutura básica.
O sujeito pode vir expresso na oração (determinado), pode não aparecer (oração sem sujeito) ou pode estar presente na oração de “forma escondida” (implícita), caracterizando o sujeito indeterminado, já que não pode ser determinado pela oração, somente pelo contexto (situação). Acompanhe os exemplos:
- Bateram no dono do supermercado.
- Entraram atrasados.
- Precisa-se de atendentes.
- Trata-se de situações delicadas.
- Estão exigindo o seu pronunciamento.
Perceba que em todos os exemplos o sujeito está “escondido”, isso acontece quando não se quer ou não se pode determiná-lo. Alguém pode pensar: mas como saber quando o sujeito está indeterminado? Tranquilize-se, é bem simples.
- A primeira característica já foi mencionada, quando o sujeito não está determinado, ou seja, quando esse não aparece na oração;
- Gramaticalmente, o sujeito indeterminado é marcado pela presença do verbo na 3ª pessoa do plural, mas, cuidado, o verbo precisa estar na 3ª pessoa do plural sem sujeito expresso na oração. Veja os exemplos:
- Prenderam a quadrilha.
- Os policiais prenderam a quadrinha.
Nos dois exemplos, os verbos estão na terceira pessoa do plural, não é mesmo? Entretanto, somente o exemplo 1 é de sujeito indeterminado, pois somente o contexto (situação) pode expressar o agente da ação. Já no exemplo 2, embora o verbo esteja na 3ª pessoa do plural, não pode ser considerado indeterminado, por possuir sujeito definido (Os policiais).
- O sujeito também será indeterminado quando os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação forem usados ao lado da partícula “se”. Nesse caso, essa partícula terá a função sintática de Índice de Indeterminação do Sujeito. A seguir, uma rápida revisão sobre os verbos citados:
- Verbo Intransitivo (V.I): verbo que não precisa de complemento, pois já possui sentido completo.
A chuva chegará mais cedo esse ano.
- Verbo transitivo indireto (V.T.I): precisa de complemento (objeto indireto) e este vem com preposição.
Eu preciso muito de você.
- Verbo de ligação (V.L): compõe o predicado nominal ou verbo-nominal e serve de ligação entre o sujeito e o predicativo do sujeito.
A casa é aconchegante.
Acompanhe os exemplos que indicam que a partícula “se” é Índice de Indeterminação do Sujeito:
Vive-se bem em Goiás.
Precisa-se de vendedores.
Era-se feliz.
Atenção! Maneiras práticas para reconhecer o Índice de Indeterminação do Sujeito:
- Quando o “se” for Índice de Indeterminação do Sujeito, o verbo ficará sempre na 3ª pessoa do singular;
- A partícula “se” só recebe essa classificação se os verbos forem intransitivos, transitivos indiretos e de ligação;
- Não haverá flexão verbal, ou seja, o verbo não terá de fazer concordância com o sujeito pelo simples fato de que não há sujeito determinado, ou seja, o sujeito não aparece, então, não há como concordar com ele.
Então, no momento de reconhecer a função do “se” como Índice de Indeterminação do Sujeito, não se esqueça de analisar o tipo de verbo que o está acompanhando e se na oração não há sujeito.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto: