História

Revolução Francesa: Diretório (1794-1799)

Conheça as características da fase do Diretório (1794-1799).

A instabilidade política e social durante o Diretório possibilitou a ascensão de Bonaparte

Com a queda do governo jacobino e a execução da maioria de seus líderes na guilhotina, o caminho ficou aberto para que a alta burguesia francesa voltasse a deter o poder político. Esse período ficou conhecido como o do Diretório e ocorreu entre 1794 e 1799. Mas quais foram suas principais características?

A primeira que pode ser citada se relaciona ao modo que ficou organizado o poder político na França. O Diretório era um órgão composto por cinco membros, cuja função era administrar o país, apoiado por duas assembleias: a Assembleia dos Anciãos, formada por políticos mais velhos; e a Assembleia dos Quinhentos.

Durante esse período da Revolução Francesa, houve a supressão dos direitos sociais igualitários instituídos no período jacobino, como o direito a voto a todos os cidadãos e o fim de algumas leis: a que estipulava os preços máximos para os alimentos, a que regulamentava a distribuição de terras confiscadas da nobreza e do clero entre a população pobre, bem como a que permitia a organização de operários em sindicatos.

O período do Diretório representou o estabelecimento pela burguesia francesa de uma República moderada, que acabava com as instituições do Antigo Regime, mas limitava a participação política, com a volta do voto censitário e o combate ao igualitarismo defendido pelos jacobinos.

Mas a burguesia não governou sem ameaças internas e externas durante o Diretório.

No plano interno, os ideais jacobinos foram retomados principalmente por Graco Babeuf, que auxiliou na organização política das camadas populares. Ele liderou em 1796 a Conspiração dos Iguais, que atava os membros do Diretório e tinha por objetivo aprofundar as reformas revolucionárias populares, buscando alcançar a igualdade efetiva entre os homens, principalmente através da proposta de criação de uma “comunidade de bens de trabalho”.

A Conspiração dos Iguais foi esmagada pelo Diretório, e Babeuf foi preso em maio de 1796 junto a outros líderes da revolta popular. Um ano depois Babeuf foi condenado à morte na guilhotina.

No plano externo, o Diretório tinha que enfrentar os países vizinhos, ainda organizados em Monarquias Absolutistas, e que viam a República Francesa como uma ameaça ao poder que detinham. Inglaterra, Áustria e Prússia formaram uma nova coligação com o objetivo de conter os avanços militares do exército francês no continente europeu.

Na continuação das guerras do período revolucionário, o exército francês realizou campanhas no norte da Itália e em outras localidades da Europa Ocidental, além de também guerrear na Suíça, em Malta, no Egito e na Síria. Mas os objetivos e os ideais do exército francês haviam se alterado. Era naquele momento mais um exército identificado com seus superiores, principalmente os generais, do que com as instituições civis republicanas construídas após a queda do rei Luís XVI.

Nesse contexto surgiu a figura do jovem general Napoleão Bonaparte. Com uma ascensão meteórica no exército francês e identificado com os ideais republicanos, Bonaparte tornou-se general aos 24 anos de idade. As campanhas vitoriosas realizadas principalmente na Itália e no Egito garantiram a Napoleão um enorme prestígio junto ao Diretório.

A instabilidade interna e as ameaças externas deixaram apreensiva a burguesia francesa. Parte do Diretório passou a organizar um golpe de Estado. Em 9 de novembro de 1799, ou 18 de Brumário no calendário revolucionário francês, Napoleão Bonaparte foi colocado à frente do poder de Estado na França. Formou-se um Consulado para governar o país com três cônsules: Sieyès, Roger Ducos e Bonaparte.

Com esse fato, tinha fim mais um período da Revolução Francesa e iniciava-se a Era Napoleônica.

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Por Tales Pinto

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