A agricultura é uma atividade econômica do setor primário que consiste no cultivo do solo e plantio e que garante a produção de alimentos e de matérias-primas em todo o mundo.
Agricultura é a prática de cultivo do solo seguido do plantio de diferentes espécies vegetais. Surgiu durante o período Neolítico com a sedentarização dos seres humanos, e desde então tem se desenvolvido mediante a incorporação de novas técnicas de manejo e tecnologias modernas que garantem o aumento da produtividade das lavouras e a ampliação das áreas plantadas em todo o mundo.
Essa atividade econômica é muito importante por ser a principal responsável pela produção de alimentos e de matérias-primas, além da geração de empregos e do desenvolvimento socioeconômico que ela proporciona.
A história do Brasil pode ser analisada pela sucessão de diferentes ciclos agrícolas. A partir da segunda metade do século XX, a modernização da produção e a ampliação da fronteira agrícola garantiram a internacionalização da produção nacional e a colocação do Brasil como um dos maiores fornecedores de commodities agrícolas do mundo.
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Agricultura é o nome dado à prática de cultivo do solo seguido do plantio de diferentes espécies de vegetais com o objetivo de se produzir alimentos e matérias-primas para a subsistência de um grupo familiar ou para a comercialização no mercado doméstico ou internacional. Trata-se de uma atividade econômica que pertence ao setor primário da economia.
A agricultura é realizada em todo o mundo por um conjunto de diferentes técnicas de manejo e da utilização de insumos que variam de acordo com fatores como a disponibilidade de capitais e o tipo de cultura desenvolvida. Da mesma forma, o perfil da mão de obra não é o mesmo em todas as propriedades agrícolas. Por causa dessas diferenças, estabeleceram-se diferentes tipos de agricultura, que conheceremos a seguir:
A agricultura tradicional é praticada comumente em pequenas propriedades de terra com o uso menos intensivo tanto de capitais (dinheiro investido) quanto de maquinários modernos e outros insumos agrícolas. A sua produtividade tende, por isso, a ser menor do que a da agricultura moderna, mas atende muito bem ao seu propósito que é a subsistência do agricultor e de seus familiares e/ou a comercialização no circuito inferior da economia, que compreende pequenos mercados e hortifrútis localizados no mesmo município ou em municípios vizinhos.
A agricultura moderna é praticada em grandes propriedades de terra, a maioria das quais é dedicada à monocultura (um único cultivo agrícola). Esse tipo de agricultura é intensivo em capitais, o que condiciona a ampla adoção de tecnologias e maquinários modernos. A mecanização dos processos é comum nesse tipo de agricultura, que apresenta alta produtividade. O produto da agricultura moderna é integralmente destinado ao comércio, principalmente aos mercados internacionais.
A agricultura familiar é definida com base no perfil da mão de obra e da gestão da propriedade em que ela é desenvolvida. As pessoas que trabalham em propriedades de agricultura familiar são predominantemente membros de um mesmo grupo familiar, o que representa mais da metade dos trabalhadores. Esse mesmo grupo é quem realiza a gestão da propriedade, de seu pertencimento. É muito comum que a agricultura familiar seja, também, tradicional. No entanto, existem muitas propriedades que empregam maquinários, insumos e outras técnicas modernas aliadas com o trabalho familiar.
A agricultura orgânica é realizada sem o uso de insumos danosos para o solo e para o meio ambiente, como os agrotóxicos e outros defensivos agrícolas muito comuns na agricultura moderna. É, portanto, um modelo de produção sustentável em que os impactos ao meio ambiente são reduzidos.
A agricultura comercial é o tipo de agricultura que é praticado com o objetivo de comercializar a produção. Seus cultivos, que, em sua maioria, são compostos por commodities agrícolas, podem ser tanto destinados ao abastecimento do mercado doméstico quanto ao atendimento das demandas do mercado internacional.
A agricultura surgiu a partir do momento em que os seres humanos deixaram de ser nômades, em sua maioria, e passaram a se organizar em comunidades sedentárias. Essa transformação no modo de vida da sociedade aconteceu há aproximadamente 12.000 anos, durante o período Neolítico, e ficou conhecida como Revolução Neolítica.
No período que precedeu a sedentarização, os grupamentos humanos se deslocavam por entre as regiões e tinham o seu sustento baseado na caça, na pesca e na coleta de frutos e sementes, motivo pelo qual eram classificados como caçadores-coletores. O plantio das sementes proporcionou a fixação das comunidades e a domesticação de um número cada vez maior de espécies vegetais, o que ampliou a oferta de alimentos. Com o passar do tempo, os animais também foram domesticados, e houve uma diversificação significativa na dieta dos seres humanos.
O surgimento da agricultura e da pecuária resultou em um aumento da população mundial e no desenvolvimento de espaços organizados que mais tarde seriam conhecidos como cidades. Por conta desse reordenamento espacial, a agricultura deixou de ser somente uma prática de subsistência e se tornou, também, uma prática comercial importante para a manutenção de territórios.
Desde então, a agricultura se mantém como a principal atividade econômica da sociedade, visto que é ela que garante o fornecimento de alimentos para a sua subsistência e a oferta de matérias-primas para o funcionamento da indústria e de outros segmentos da economia.
A organização do trabalho e a intensidade de técnicas e capitais empregados no interior de uma propriedade agrícola resultam em dois diferentes modelos produtivos, os chamados sistemas agrícolas. São eles:
A agricultura é a atividade econômica de maior importância no Brasil. A formação territorial do país aconteceu no entorno dessa prática que, comercialmente, foi iniciada com a introdução da cana-de-açúcar na região Nordeste logo nos primórdios da colonização.
É válido lembrar que os indígenas sempre mantiveram práticas de coleta, caça e plantio de alimentos, e essa era a base de sua sociedade muito antes da chegada dos europeus. A lógica econômica sobre a agricultura, entretanto, com a compra e venda dos cultivos e de seus produtos derivados, foi implementada com os colonizadores portugueses.
Na medida em que novos núcleos populacionais surgiram no Brasil, a agricultura deixou de ser centrada na cana-de-açúcar e se voltou para o café. Quando da invasão holandesa no Nordeste, o algodão se destacou como o principal cultivo, e, depois, teve sua área plantada ampliada.
Com a urbanização, a agricultura e a pecuária se tornaram atividades fundamentais para o abastecimento interno e para o suprimento da demanda por alimentos proveniente das cidades. Já na segunda metade da década de 1950, dando um salto na história do país, essas atividades se tornaram um complemento da atividade industrial, que ganhava peso na economia brasileira.
As décadas subsequentes foram marcadas pela modernização da agricultura por meio da introdução das técnicas desenvolvidas no contexto da Revolução Verde, resultando em aceleração do êxodo rural por conta da mecanização das culturas. Com novos modelos econômicos e de cultivo, além de políticas de incentivo, houve a expansão da fronteira agrícola para áreas de Cerrado no Nordeste do Brasil.
Desde então, estados como aqueles que formam o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), junto do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, importantes polos de produção agrícola do país. O modelo empregado é predominantemente o do agronegócio, com cultivos como o da soja, do milho e do algodão que são destinados para o exterior. Mais recentemente, tem-se observado um novo movimento de avanço da fronteira agrícola, dessa vez em direção aos territórios na Amazônia.
A agricultura foi fundamental para a sedentarização dos seres humanos, já que, por meio dela, é possível obter alimentos em intervalos constantes de tempo. Assim, a agricultura permite a subsistência das populações e fornece uma ampla variedade de vegetais para a composição da sua dieta, garantindo os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo.
Essa atividade também é importante do ponto de vista econômico. Por meio dela, os produtores obtêm a sua renda, além de ser um segmento que emprega uma parcela significativa da população, especialmente nos países subdesenvolvidos.
Os produtos da agricultura são responsáveis por importantes acordos comerciais bilaterais e pelo intenso dinamismo do comércio internacional, tanto por causa da ascensão das commodities no mercado financeiro quanto pelo atendimento de demandas que não podem ser atendidas apenas com a produção nacional.
Nesse sentido, a agricultura é uma atividade econômica importante também para o fornecimento de matérias-primas para a indústria. Diante disso, podemos dizer que a agricultura desempenha um papel central no desenvolvimento social e econômico dos territórios.
Agricultura |
Agronomia |
Cultivo e plantio do solo com espécies vegetais para a subsistência ou para a comercialização. É uma prática responsável pela produção de alimentos e de matérias-primas. |
Área profissional e de estudos que tem como objetivo a gestão dos cultivos agrícolas e das técnicas que são empregadas para o cuidado do solo, o cultivo e também a criação de animais. |
Agricultura |
Agropecuária |
A agricultura é a prática de preparo do solo e plantio de diferentes espécies vegetais, englobando tanto alimentos quanto matérias-primas. |
A agropecuária é uma atividade econômica formada por duas práticas distintas: a agricultura, que é o cultivo do solo, e a pecuária, que consiste na criação de animais. |
Acesse também: Agropecuária — mais detalhes sobre essa atividade econômica
Questão 1
(Enem PPL)
As principais culturas são as de soja e milho, mas o Matopiba tem potencial para crescer ainda mais em vários outros setores da agricultura. O preço baixo das terras, comparado a outros estados, e o terreno plano ideal para a agricultura são os principais atrativos dessa região. Os avanços tecnológicos que facilitam a produção em qualquer tipo de solo também permitiram o desenvolvimento dessa nova fronteira agrícola.
Disponível em: www.embrapa.br. Acesso em: 20 out. 2021.
A dinâmica socioespacial apresentada no texto baseia-se em características do seguinte modelo produtivo:
A) Familiar.
B) Moderno.
C) Orgânico.
D) Itinerante.
E) Agroflorestal.
Resolução:
Alternativa B.
O modelo produtivo implementado na região agrícola do Matopiba é o moderno, e tem como base o agronegócio e a agricultura mecanizada.
Questão 2
(UFT) É CORRETO afirmar que a região compreendida pelo estado do Tocantins e porções dos estados do Maranhão, Bahia e Piauí, marcada pela forte expansão agrícola, com a predominância do bioma Cerrado e pela alta produtividade agrícola, em especial soja, milho e algodão, é denominada de:
A) Sudene.
B) Matopiba.
C) Amazônia Legal.
D) Vale do Jequitinhonha.
Resolução:
Alternativa B.
Essa importante região de alta produtividade agrícola brasileira é chamada de Matopiba, termo formado com base na sigla dos estados que a integram.
Fontes
CIA. Countries: World. The World Factbook. Disponível em: https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/world/.
HANCOCK, James. Origins of World Agriculture. World History Encyclopedia 30 nov. 2021. Disponível em: https://www.worldhistory.org/article/1886/origins-of-world-agriculture/.
LUCCI, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: ensino médio, 2. São Paulo, SP: Saraiva, 2016, 3 ed.
MICHAELIS. Agricultura. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/agricultura/.
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A mundialização da agricultura brasileira. São Paulo: Iandé Editorial, 2016.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2019. 6 ed. 3 reimp. (Didática; 3).