O Primeiro Triunvirato funcionou como um acordo entre Júlio César, Crasso e Pompeu pelo controle da política romana. Resultou em uma guerra civil, vencida por Júlio César.
O Primeiro Triunvirato foi um acordo realizado informalmente por Júlio César, Crasso e Pompeu em 60 a.C. (depois renovado em 56 a.C.). Eles se uniram para tentar controlar a política romana e usar isso em benefício próprio. Esse acordo se deu em um contexto de grande agitação política em Roma.
O trato do Primeiro Triunvirato não durou muito tempo e ruiu com a morte Júlia, filha de Júlio César, que se casou com Pompeu em 54 a.C., e com a morte de Crasso em 53 a.C. Uma guerra civil ocorreu entre Júlio César e Pompeu e resultou no assassinato deste em 48 a.C. Com isso, Júlio César se tornou ditador de Roma.
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O Primeiro Triunvirato foi um acordo realizado informalmente por Júlio César, Crasso e Pompeu.
Esse acordo visava o controle político, mas também a garantia de benefícios pessoais.
Como parte do pacto, Júlio César casou a sua filha, Júlia, com Pompeu.
A morte de Crasso, em 53 a.C., abalou o trato.
Uma guerra civil foi travada entre Júlio César e Pompeu e teve fim com o assassinato de Pompeu.
No século I a.C., a República Romana passava por um momento muito delicado, e muitos acreditavam que o fim do modelo de governo da civilização romana estava por acontecer. Havia instabilidade política e social intensa em Roma, e uma série de acontecimentos conturbados evidenciaram essa crise.
Apesar disso, Roma estava no auge do seu poder, uma vez que as campanhas de conquista da República Romana tinham levado as fronteiras dessa civilização para terras distantes. As terras romanas se estendiam da Península Ibérica até o Oriente Médio. O sucesso militar também foi um dos responsáveis pela instabilidade que Roma viveu no último século a.C.
Isso porque os generais romanos tornaram-se figuras muito influentes e passaram a ambicionar o poder político. A ditadura de Lúcio Cornélio Sula (82–79 a.C.) é um exemplo das intenções de alguns militares romanos de tomarem o poder. Muitos soldados perderam suas terras e não foram devidamente recompensados por seus esforços em batalha.
Havia problemas de desigualdade social, com a parcela de plebeus cada vez mais oprimida pela minoria de patrícios donos das terras e riquezas. As tensões sociais aumentaram, como no caso das reformas propostas pelos irmãos Graco. Os escravos também se rebelaram contra a opressão romana, sendo o caso da Revolta de Espártaco o mais notável.
Em 70 a.C., Pompeu e Crasso, duas figuras muito influentes na República Romana, foram indicados ao cargo de cônsul da república, a posição mais importante que existia para os romanos no período. Pompeu era um líder militar que tinha atuado em importantes batalhas, como na luta contra Espártaco. Já Crasso era conhecido pela enorme riqueza que possuía.
Uma terceira figura surgiu nesse contexto, desejando ascensão política: Júlio César. Ele havia obtido fama ao liderar a conquista da Gália, sendo um militar célebre tanto entre suas tropas quanto com a população romana. O Senado, por sua vez, temia o poder de homens como Júlio César.
Em 60 a.C., Júlio César se reuniu com Crasso e Pompeu a fim de que os três realizassem uma aliança para governar a República Romana. Esse acordo foi realizado de maneira informal, mas foi reafirmado anos depois, em 56 a.C. Júlio César seria eleito cônsul da república em 59 a.C. e usaria o poder para favorecer Pompeu e Crasso.
Júlio César, Crasso e Pompeu utilizaram o poder para favorecer a si mesmos, e cada um ficou responsável por uma área específica da república. Para dar força a essa aliança, Júlio César ofereceu a mão de sua filha, Júlia, em casamento para Pompeu. O acordo, no entanto, não durou muito tempo.
Em 53 a.C., Crasso foi morto durante a Batalha de Carras, na qual as tropas de Crasso lutaram contra os partas. Com a morte de Crasso, a disputa pelo poder entre Pompeu e Júlio César se acirrou. Esse rompimento nas relações entre Júlio César e Pompeu já estava em andamento desde 54 a.C., quando Júlia, filha de Júlio César e esposa de Pompeu, faleceu.
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Com as relações ruins entre Pompeu e Crasso, uma guerra era iminente. Pompeu contava com o apoio do Senado, mas Júlio César, que tinha passado anos na Gália, estava muito mais poderoso militarmente, mais rico e mais popular ainda entre o povo. Muitos historiadores consideram o ano de 53 a.C., quando Crasso morreu, o término do triunvirato. Outros delimitam o início da guerra civil como o marco.
O desgaste nas relações levou ao início de uma guerra civil entre as tropas de Pompeu e as de Júlio César. A guerra civil se tornou uma opção, pois Pompeu mobilizou o Senado Romano para forçar Júlio César a abrir mão das províncias que ele comandava e das tropas que ele liderava, o que Júlio César não aceitou.
A guerra teve início quando Júlio César retornou para a Península Itálica à frente de milhares de soldados. O evento símbolo do retorno ocorreu quando ele cruzou o rio Rubicão, que separava a Gália da Itália. Pompeu abandonou Roma em 49 a.C., e Júlio César começou a perseguir seu adversário.
Primeiramente, Pompeu foi para a Grécia e depois para o Egito, onde foi assassinado a mando de Ptolomeu XIII, governante egípcio que desejava cair nas graças de Júlio César. O assassinato de Pompeu aconteceu em 48 a.C.
Com o assassinato de Pompeu, Júlio César foi consolidado na posição de ditador romano, isto é, de governante com amplos poderes. Júlio César não permaneceu muito tempo no poder, uma vez que uma conspiração do Senado resultou no seu assassinato, em 44 a.C., e na formação do Segundo Triunvirato.
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