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O universo encantado e multicolorido de Tatiana Belinky

Quer conhecer a vida e obra de Tatiana Belinky? Clique e encante-se!

Tatiana Belinky foi escritora, poeta, tradutora, dramaturga e escreveu diversos títulos famosos de nossa Literatura infanto-juvenil * Tatiana Belinky foi escritora, poeta, tradutora, dramaturga e escreveu diversos títulos famosos de nossa Literatura infanto-juvenil *

Ser criança
​                                                    
Tatiana Belinky

Ser criança é dureza
Todo mundo manda em mim
Se pergunto o motivo,
Me respondem "porque sim".

Isso é falta de respeito,
"Porque sim" não é resposta,
Atitude autoritária
Coisa que ninguém gosta!

Adulto deve explicar
Pra criança compreender
Esses "podes" e "não podes",
Pra aceitar sem se ofender!

Criança exige carinho,
E sim! Consideração!
Criança é gente, é pessoa,
Não bicho de estimação!

Você conhece a vida e a obra de Tatiana Belinky? Se não conhece, saiba que ela foi uma das maiores escritoras de literatura infantil do Brasil!

Tatiana Belinky, mesmo tendo escrito tantos livros em português, não era brasileira. Ela nasceu em São Petersburgo, antiga União Soviética, em 18 de março de 1919 e veio ainda pequena com sua família para o Brasil. Naquela época, nosso país recebia muitos imigrantes - era normal que pessoas de outros países viessem tentar a vida por estas terras -, e foi o que a família de Tatiana fez. Ela iniciou sua vida literária em 1948 e produziu, ao longo de seus 94 anos, mais de 270 títulos de literatura infanto-juvenil, entre outras modalidades. Muita coisa, não?

Tatiana, com o apoio de seu marido, o educador Júlio Gouveia, adaptou para a televisão, no início dos anos 50, as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Nessa época, a TV ainda era em preto e branco e, acreditem, produzida ao vivo! Essa versão do “Sítio” ficou no ar por onze anos e, enquanto isso, Tatiana continuava a escrever seus livros. Ao longo de sua vida, recebeu diversos prêmios, entre eles o mais importante concedido a um escritor de literatura brasileira: o Prêmio Jabuti. E não foi apenas uma vez que Tatiana recebeu o “Jabuti”, foram várias as vezes em que ela teve seu enorme talento reconhecido.

Além de escritora de livros famosos de nossa literatura infanto-juvenil, Tatiana também era poeta, tradutora e dramaturga. Em 2009, foi eleita para uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras e, em 15 de junho de 2013, Tatiana faleceu aos 94 anos, na cidade onde sempre morou, São Paulo. Selecionamos para você conhecer o conto “O caso do bolinho”, baseado em uma antiga fábula. Mas não vale parar por aí, existem muitos outros que merecem sua atenção. Boa leitura!


Tatiana Belinky foi exímia contista, além de ter produzido diversos poemas de nossa literatura infanto-juvenil

O CASO DO BOLINHO

Naquele dia o avô tinha pedido para a avó fazer um bolinho gostoso para os dois comerem. A vó misturou farinha com creme de leite, formou um bolinho bem redondinho e pôs no forno para assar.

O bolinho – hummmmmm – ficou gostoso e cheiroso, mas quente não poderia se comer, por isso a avó colocou na janela para esfriar.

Com aquela brisa da tarde, a maravilha de mundo pela frente, tantas coisas para descobrir e viver, o bolinho decidiu usar a esperteza e rolou fora da bandeja…

Rolou e rolou, mas logo encontrou a lebre que o farejou pelo bom gosto:

- Bolinho, bolinho eu vou comer você…

E o bolinho disse que antes que ela o comesse, ele cantaria sua canção:

- Eu sou um bolinho redondo e fofinho de creme recheado na manteiga assado. A vó não me pegou, o vô não me pegou e você não vai me pegar.

Zapt! O Bolinho de novo rolando para longe da lebre.

Rolou, rolou, mas logo encontrou o lobo que o farejou pelo bom gosto:

- Bolinho, bolinho eu vou comer você…

E o bolinho disse que antes que ele o comesse, ele cantaria sua canção:

- Eu sou um bolinho redondo e fofinho de creme recheado na manteiga assado. A vó não me pegou, o vô não me pegou e você não vai me pegar.

Zapt! O Bolinho de novo rolando para longe do lobo.

Logo depois, o bolinho encontrou a raposa e também começou a cantar. A raposa imediatamente disse:

- Que linda voz, que suave canção.

O bolinho ficou impressionado com o elogio. A raposa continuou:

- Pena que sou quase surda, mal posso ouvir… Por que você não pula aqui no meu focinho para cantar, senhor bolinho?

O bolinho muito esperto, mas muito mais vaidoso, pulou, e a raposa, astuta como só ela, nem esperou a canção começar para nhact. A raposa comeu o bolinho e acabou com a fome que roncava na sua barriguinha.

(O caso do bolinho, Tatiana Belinky)

* A imagem que ilustra este artigo foi feita a partir de capas de livros da escritora Tatiana Belinky.


Por Luana Castro
Graduada em Letras

Por Escola Kids

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