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Função emotiva

As funções da linguagem presentes nos diversos textos: Clique e conheça a função emotiva da linguagem!

A função emotiva é encontrada principalmente nos textos literários, nos quais as palavras são utilizadas com expressividade e diversos significações A função emotiva é encontrada principalmente nos textos literários, nos quais as palavras são utilizadas com expressividade e diversos significações

 Para cada tipo de texto existe uma função da linguagem que a ele se adequa perfeitamente! Essas funções revelam as intenções do emissor ao elaborar a mensagem: se a intenção é informar, utiliza-se a função referencial; se a intenção é convencer o destinatário, utiliza-se a função conativa; se a intenção é usar o código para explicar a própria língua, utiliza-se a função metalinguística; se a intenção é colocar em destaque a mensagem, utiliza-se a função poética; se a intenção é manter o contato com o canal, utiliza-se a função fática. Mas e quando a intenção é conquistar o leitor através da emoção? Qual função da linguagem é a mais adequada?

Nesse caso, a função emotiva da linguagem é a melhor escolha. A função emotiva é caracterizada por sua mensagem centrada no emissor, ou seja, encontramos nos textos que utilizam essa função a expressividade de um discurso construído na primeira pessoa. O autor tem como principal desejo buscar a adesão de quem lê, convencendo-o através de algumas marcas gramaticais peculiares. Observe as principais características da função emotiva:

♥ Verbos e pronomes em primeira pessoa;

♥ Interjeições (responsáveis por revelar o estado emocional do falante);

♥ Adjetivos valorativos;

♥ Sinais de pontuação como reticências e pontos de exclamação.


A função emotiva pode ser encontrada em poemas nos quais o eu lírico utiliza o discurso na primeira pessoa

Agora observe um exemplo de função emotiva em um poema de Fernando Pessoa, principal poeta português:

(...) E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo (...)”.

(Fragmento do poema “Poema em linha reta”, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa)

Ao lermos o poema de Fernando Pessoa, conseguimos observar as principais marcas linguísticas de um discurso que emprega a função emotiva da linguagem. No Poema em linha reta, o eu lírico demonstra uma visão crítica de si mesmo e ao mesmo tempo interroga o leitor pedindo respostas. Podemos notar também o uso de vários adjetivos pejorativos, e todos esses recursos são empregados para expressar seus sentimentos e impressões pessoais.

A função emotiva, assim como a função poética, é encontrada principalmente nos textos literários e em vários gêneros textuais, como músicas, depoimentos, entrevistas, narrativas de caráter memorialista, críticas subjetivas de cinema, teatro e demais manifestações artísticas nas quais o discurso esteja centrado no próprio emissor. É importante lembrar que nos textos não literários, como dissertações argumentativas, reportagens e notícias, o uso da função emotiva deve ser evitado, já que nesses tipos e gêneros deve predominar a função referencial com seu uso objetivo e transparente da linguagem.


Por Luana Castro
Graduada em Letras
 

Por Luana Castro Alves Perez

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