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Histórias e contos infantis

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Cuca

Cuca é um ser do folclore brasileiro e apresentada como uma velha má que sequestra crianças. Por meio de Monteiro Lobato, a forma de jacaré da cuca se popularizou.

A imagem da cuca como jacaré popularizou-se graças à obra de Monteiro Lobato. Cuca na forma de um jacaré.

A cuca é um ser do folclore e conhecida como uma velha com feições horrendas e muito maldosa. A principal maldade cometida por ela é a de sequestrar e devorar crianças, característica que a associa diretamente com o bicho-papão. Por meio da obra de Monteiro Lobato, a cuca foi popularizada com a forma de um jacaré.

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Conhecendo a cuca

A cuca é um dos entes presentes no folclore brasileiro e é reconhecida como uma bruxa que sequestra crianças. Na cultura popular, a ela fica próximo das casas para, com a chegada da noite, capturar as crianças que não dormem. Tradicionalmente, a cuca é enxergada como uma velha, com a pele enrugada e os cabelos brancos e desgrenhados.

A lenda da cuca era comumente usada como forma de amedrontar crianças e fazer com que elas dormissem. As formas pelas quais a lenda se difundiu fizeram com que alguns encarassem a cuca como um fantasma, mas a versão que a identifica com uma bruxa é bem mais comum. Outras versões da lenda falam que ela tinha poderes mágicos, como o de desaparecer repentinamente.

Qual a origem da lenda da cuca?

Os estudiosos apontam que a lenda da cuca é uma tradição introduzida no Brasil durante a colonização e oriunda de lendas existentes na Península Ibérica (onde fica Portugal e Espanha). Nessa região, a cuca era conhecida por nomes similares: coco e coca.

Na Península Ibérica, a coca poderia ser representada sobre a forma de um dragão e fazia parte das celebrações de Corpus Christi, por exemplo. Além disso, ela poderia ser representada como uma abóbora que tinha um rosto macabro esculpido e decorado com uma vela. Esse artigo horrendo era colocado nas ruas e tinha como propósito aterrorizar as pessoas.

De maneira resumida, a coca na Península Ibérica era uma figura tenebrosa que tinha como propósito aterrorizar as pessoas e cometer maldades. Muitos relatos contam que ela ficava nos telhados das casas atrapalhando o sono das crianças para que pudesse sequestrá-las e levá-las consigo.

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Cuca no folclore brasileiro

No folclore brasileiro, a cuca foi associada diretamente ao bicho-papão, um monstro devorador de crianças. A influência da cultura ibérica trouxe essa lenda para cá e a difundiu por todo o país, fazendo com que a cuca estivesse presente nas canções de ninar, cantadas para que as crianças durmam.

Tradicionalmente, a cuca aqui é reconhecida como uma bruxa e tem aquelas características já citadas: é velha, tem a pela enrugada e os cabelos brancos e desgrenhados. Uma canção muito tradicional que a envolve é a seguinte|1|:

Durma neném
senão a cuca vem,
papai foi à roça
mamãe logo vem.

A cuca, assim como outras lendas, como o tutu, por exemplo, sofreu aqui influências da cultura africana, fazendo com que ela fosse associada com figuras como o negro velho ou negra velha. Inclusive, essa associação é reforçada pelo fato de que o termo cuca, em quimbundo, é traduzido como “avô”.

Outro fato sobre a cuca é que, aqui no nosso país, difundiu-se a variação de que ela não tem forma de velha, mas sim de jacaré. Essa imagem se consolidou graças à obra escrita por Monteiro Lobato, em O sítio do Pica-Pau Amarelo.

Nessa obra, Lobato caracterizou a cuca não como uma bruxa velha, mas como uma bruxa em forma de jacaré que possui cabelos loiros. Na descrição de Lobato, a cuca, ainda, era uma figura horrenda, tendo um rosto muito feio e grandes garras.

Uma característica peculiar da descrição de Lobato é que a cuca é apresentada como um ser que dormia só uma noite a cada sete anos. A cuca de Monteiro Lobato, assim como a tradicional do folclore brasileiro, também era , sobretudo com as crianças.

Nota

|1| EDELWEISS, Frederico. Apontamentos de folclore. Salvador: EDUFBA, 2001. p. 71.

Por Daniel Neves Silva

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