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Carta de Pero Vaz de Caminha

A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento que foi escrito pelo escrivão Pero Vaz de Caminha em 1500, no contexto da chegada dos portugueses ao Brasil.

Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro documento escrito da história do Brasil. A Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada o primeiro documento escrito da história do Brasil.

 A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento que foi escrito por Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil no dia 22 de abril de 1500. A Carta de Pero Vaz de Caminha é considerada por muitos historiadores como o primeiro documento escrito da história do Brasil.

A carta foi escrita para o rei de Portugal, d. Manuel I, relatando detalhes da expedição e levando notícias sobre o achamento da nova terra. Ela fala dos indígenas, dos primeiros contatos, dá detalhes sobre a terra e fala sobre as possibilidades de Portugal no Brasil. A carta permaneceu escrita por séculos, sendo publicada no século XIX.

Leia também: Afinal, a Carta de Pero Vaz de Caminha é um texto literário?

Resumo sobre a Carta de Pero Vaz de Caminha

  • A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento que relata a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500.

  • Foi escrita por Pero Vaz de Caminha, fidalgo que atuava como escrivão da expedição de Cabral.

  • Tinha como objetivo para levar as notícias do achamento da nova terra ao rei de Portugal.

  • Trata dos nativos, dos primeiros contatos, da terra e das possibilidades econômicas e religiosas de Portugal na região.

  • Permaneceu esquecida por séculos, sendo publicada no começo do século XIX.

O que diz a Carta de Pero Vaz de Caminha?

A Carta de Pero Vaz de Caminha é um documento escrito que registrou as primeiras impressões dos portugueses quando chegaram ao Brasil, em abril de 1500. A carta foi um registro realizado por um fidalgo português chamado Pero Vaz de Caminha. Ele era o escrivão da viagem e relatou como foi a chegada dos portugueses.

Os historiadores consideram esse texto como o primeiro documento escrito da história do Brasil, trazendo um importante panorama de como os portugueses encararam a chegada aqui, como foram os contatos iniciais entre portugueses e indígenas e quais eram as expectativas dos portugueses então.

Alguns trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha

A seguir, confira alguns trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha.

  • Sobre a alimentação dos indígenas:

Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao convívio com o homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos.

  • Sobre as possibilidades da nova terra:

Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados comos de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.

As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.

Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar.

  • Sobre a feição dos indígenas:

A feição deles é parda, algo avermelhada, de bons rostos e bons narizes. Em geral são bem-feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso são tão inocentes como quando mostram o rosto. Ambos os dois traziam o lábio de baixo furado e metido nele um osso branco e realmente osso, do comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do lábio, e a parte que fica entre o lábio e os dentes é feita à roque de xadrez, ali encaixado de maneira a não prejudicar o falar, o comer e o beber.

Os cabelos deles são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que verdadeiramente de leve, de boa grandeza e, todavia, raspado por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da covinha, de fonte a fonte, na parte por detrás, uma espécie de cabeleira feita de penas de ave, amarela, do comprimento de um coto, muito basta e cerrada, que lhe cobria a nuca e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena por pena com uma confeição branda como cera - mas em verdade não o era de maneira que a cabeleira ficava mais redonda e muito basta, com um todo igual, e não era necessário mais lavagem para a levantar da cabeça.

Veja também: Como se deu a chegada dos portugueses ao Brasil?

Estrutura da Carta de Pero Vaz de Caminha

A Carta de Pero Vaz de Caminha não é um documento necessariamente longo, tendo, no total, 28 páginas, distribuídas em sete de folhas. Cada uma das folhas da carta original tem quatro páginas. O conteúdo da carta pode ser dividido nos seguintes itens:

  • Introdução: Pero Vaz de Caminha apresenta o trabalho que fará, afirmando que o executará da melhor forma possível. Ele também introduz detalhes da expedição e partida dos portugueses.

  • Detalhes sobre o Brasil: um dos maiores pontos da carta são os relatos descritivos de Caminha. Nesses relatos, ele apresenta detalhes da viagem, do achamento do Brasil, dos indígenas, dos contatos iniciais, das ações portuguesas na nova terra e dá detalhes da terra.

  • Possibilidades futuras: Pero Vaz de Caminha também aponta as possibilidades de exploração econômica e de conversão religiosa dos nativos.

  • Finalização: o escrivão separa algumas palavras de encerramento e saudação ao rei de Portugal.

Para acessar a Carta de Pero Vaz de Caminha na íntegra, clique aqui.

Por que Pero Vaz de Caminha escreveu a carta?

A carta foi escrita por Pero Vaz de Caminha com o objetivo de informar o rei de Portugal sobre o feito dos portugueses. A intenção da carta era que d. Manuel I ficasse sabendo de detalhes da expedição e recebesse a notícia do achamento da nova terra. A carta era importante para que o rei recebesse as notícias com a maior antecedência possível, pois a expedição de que Caminha participava ainda tinha que ir às Índias antes de retornar a Portugal.

Para quem Pero Vaz de Caminha escreveu a carta?

A carta escrita por Pero Vaz de Caminha tinha como destinatário o rei de Portugal, d. Manuel I. A carta foi enviada no dia 2 de maio de 1500, momento em que a expedição de Cabral deixou o Brasil em direção às Índias. O responsável por levar a carta até o rei foi o comandante Gaspar Lemos.

Importância da Carta de Pero Vaz de Caminha

A carta de Pero Vaz de Caminha é um documento importante na história brasileira, pois é considerado por muitos historiadores o primeiro documento escrito de nossa história. A carta é importante porque nos traz uma compreensão limitada sobre a descrição dos povos indígenas que habitavam a região aonde os portugueses chegaram em 1500.

Além disso, o texto trata das intenções colonizadoras portuguesas e dos seus interesses em explorar os recursos da terra e em converter os indígenas.

Quem foi Pero Vaz de Caminha?

Pero Vaz de Caminha foi um fidalgo português nascido na cidade do Porto, em 1450. Ele fazia parte da nobreza portuguesa, tendo acesso a uma educação de qualidade que lhe permitiu se tornar um homem erudito. Ao longo de sua vida, ocupou funções importantes, com destaque para o cargo de vereador da cidade do Porto.

Ele foi convidado a integrar a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, escrevendo a famosa carta durante sua passagem ao Brasil. Depois de passar alguns dias aqui, a expedição seguiu até a Índia, onde Pero Vaz de Caminha faleceu, em 15 de dezembro de 1500, durante um conflito. A carta escrita por ele permaneceu esquecida até o século XVIII, sendo publicada somente em 1817.

Fontes

CASTRO, Sílvio. A Carta de Pero Vaz de Caminha. O Descobrimento do Brasil. Porto Alegre: L&PM, 2013.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

SCHWARCZ, Lilian. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 

Por Daniel Neves Silva

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