Entenda como se deu a conquista dos astecas a partir da liderança do espanhol Hernán Cortés em 1521.
Os astecas eram uma civilização mesoamericana que vivia na região do atual México e Guatemala. Eles mantinham um controle de uma vasta região e de grande quantidade de população por uma relação de vassalagem. Os povos conquistados pelos astecas eram obrigados a pagar impostos e constantemente eram atacados e levados como prisioneiros a fim de serem usados em sacrifícios humanos aos deuses astecas. O domínio asteca chegou ao fim em 1521 a partir da conquista realizada pelos espanhóis liderados por Hernán Cortés.
Expedição de Hernán Cortés e os primeiros contatos
A expedição de Hernán Cortés saiu de Cuba em fevereiro de 1519 com aproximadamente 500 homens distribuídos em onze navios. Esse grupo rumou em direção à Península de Iucatã no México, desembarcou e estabeleceu-se em Cempoala, uma cidade habitada pelos totonacas. O objetivo de Cortés era a conquista dos astecas e a obtenção de riquezas.
Os contatos iniciais de Cortés com os emissários de Montezuma (imperador asteca) foram pacíficos por meio de bastante troca de presentes. Montezuma – também conhecido como Montezuma II – era o imperador asteca desde 1502 e comandava uma vasta região populosa a partir do poderio militar e da imposição de pesados impostos.
A comunicação com os emissários astecas foi intermediada por Malinche, nativa que trabalhava para Cortés e que falava nahuatl (idioma asteca) e espanhol. Durante o contato com esses emissários, o líder espanhol havia deixado claro a intenção de ir até Tenochtitlán (capital asteca), porém, Montezuma recusava-se a recebê-lo.
As ações de Cortés para promover a conquista do Império Asteca começaram pela cooptação de outros povos nativos contra os astecas. Primeiramente, o líder espanhol convenceu os totonaques a aliarem-se a ele. Os totonaques viram na aliança com os espanhóis uma maneira de livrar-se dos tributos que eram obrigados a pagar aos astecas.
A marcha rumo a Tenochtitlán
A partir disso, Cortés fundou a cidade de Veracruz nas proximidades de Cempoala e, juntamente aos totonaques, partiu em direção à capital asteca: Tenochtitlán. Durante o percurso, lutaram contra o principal adversário dos astecas: os tlaxcaltecas, uma tribo independente que não havia sido sujeitada aos astecas.
O imperador asteca, Montezuma, via nos tlaxcaltecas uma esperança para conter os espanhóis. No entanto, os espanhóis e os guerreiros totonacas liderados por Cortés venceram a batalha e subjugaram esse povo. Assim, Cortés convenceu os tlaxcaltecas a aliarem-se a ele e lutarem contra os astecas. O líder espanhol ganhou, então, um poderoso aliado.
Os espanhóis, por fim, receberam a autorização de Montezuma para entrar em Tenochtitlán. Os relatos da época retrataram o espanto dos europeus com a grandiosidade da capital asteca – projeções afirmam que Tenochtitlán possuía mais de 200 mil habitantes em 1519. À época, essa cidade localizava-se em uma ilha no meio do lago Texcoco, que não existe mais hoje em dia.
Conquista de Tenochtitlán
Após entrar na capital asteca em novembro de 1519, Cortés foi obrigado a retornar à Veracruz, porém, deixou alguns homens como reféns com o imperador Montezuma. Quando retornou, encontrou a cidade em rebelião e foi obrigado a fugir. Esse evento ficou conhecido como La Noche Triste (traduzido do espanhol como “A Noite Triste”), no qual 50% da força de Cortés foi assassinada. Durante a revolta, o imperador Montezuma foi morto ao ser acertado por uma pedra.
Cortés reorganizou suas forças e atacou a cidade de Tenochtitlán novamente em agosto de 1521. Lá, encontrou a cidade enfraquecida por um surto de varíola. Os combates entre espanhóis e seus aliados indígenas contra os astecas foram brutais segundo os relatos, no entanto, a vitória foi espanhola. O novo imperador asteca, chamado Cuauhemoc, foi feito refém. A partir da queda da capital, os espanhóis realizaram a conquista dos territórios ocupados pelos astecas.
Razões da conquista
A rápida queda dos astecas para um número limitado de espanhóis foi alvo de intenso debate entre os historiadores. A conclusão atualmente estipula que a vitória espanhola sobre uma civilização tão organizada como a asteca explica-se pelas seguintes razões:
Superioridade dos armamentos espanhóis;
Atuação das doenças contagiosas, que mataram inúmeros indígenas;
Aliança com outros povos indígenas (no caso de Cortés, essas alianças foram com os totonacas e os tlaxcaltecas).
Além disso, atribui-se a vitória espanhola à ação estratégica de Cortés de cooptar aliados a seu favor e tomar decisões que contribuíram para o enfraquecimento dos astecas, como as que foram tomadas em batalha.
* Créditos da imagem: Fabio Imhoff e Shutterstock
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