Conheça um pouco mais sobre o caramujo-gigante-africano, uma espécie que se espalhou pelo território brasileiro e pode causar doenças.
O caramujo-gigante-africano (Achatina fulica) é uma espécie que foi trazida da África para o Brasil na década de 1980 com o objetivo de substituir o escargot. A novidade não deu muito certo, levando os criadores a soltar o animal no meio ambiente.
A falta de predadores naturais contribuiu para que o caramujo se espalhasse por praticamente todo o território brasileiro. Esse animal apresenta uma grande capacidade de reprodução, podendo colocar mais de 200 ovos por vez, além de alimentar-se de praticamente tudo. Esses caramujos comem desde hortaliças a papel e indivíduos jovens de sua espécie.
O animal adulto possui uma conha, em tons de marrom, que apresenta em torno de 10 cm de comprimento. Podem pesar em torno de 200 gramas e viver até aproximadamente 9 anos. O caramujo pode ser encontrado em diversas regiões do país, uma vez que é bastante resistente à seca e ao frio.
Essa espécie causa muitos danos a plantações e transmite doenças. O caramujo serve como hospedeiro intermediário de duas espécies de nematódeos: Angiostrongylus cantonensis e Angiostrongylus costaricensis.
O Angiostrongylus cantonensis está relacionado com uma doença chamada de meningoencefalite eosinofílica, que se caracteriza pela instalação do parasito na região das meninges e no cérebro. Já o Angiostrongylus costaricensis instala-se no intestino, ocasionando uma doença denominada de angiostrongilíase abdominal. O homem pode adquirir essas patologias alimentando-se de verduras, frutas, legumes e hortaliças mal lavadas que tiveram contato com o caramujo-gigante-africano.
O caramujo-gigante-africano pode ocasionar doenças no homem
É comum ocorrer infestações desse animal no verão, quando os dias são quentes e chuvosos. Para tentar amenizar a situação, algumas medidas podem ser tomadas:
- Realize a coleta dos caramujos e ovos. É importante utilizar luvas ou sacolas nas mãos, ou então realize a coleta utilizando uma pá. Caso tenha contato com o animal, lave as mãos com água e sabão;
- Quebre a concha do caramujo. A conha vazia e intacta pode acumular água e tornar-se um foco do mosquito da dengue.
- Jogue cal em cima dos animais.
- Enterre-os.
Uma dica importante é não utilizar sal para matá-los. Essa atitude pode prejudicar muito o solo, matando, assim, suas plantas.
A experiência com caramujo-gigante-africano foi, sem dúvida, extremamente prejudicial. Os problemas enfrentados hoje em virtude da liberação desses animais em nosso território servem de alerta a respeito dos impactos causados por espécies invasoras na biodiversidade e na saúde pública.
Por Ma. Vanessa dos Santos