Branqueamento de corais
Já ouviu falar a respeito do branqueamento de corais? Clique aqui e conheça mais sobre esse fenômeno que tem causado grandes danos aos corais de todo o mundo e, consequentemente, aos recifes. Neste texto, explicaremos o que são recifes de corais, o que é o processo de branqueamento, suas causas e consequências.
O branqueamento de corais é um problema que pode levar o coral à morte e está relacionado com alterações ambientais, principalmente com o aumento da temperatura. Como o nome sugere, o branqueamento torna os corais esbranquiçados em virtude da expulsão das algas que vivem associadas a eles. Esse fenômeno pode ocorrer também em decorrência da perda do pigmento fotossintetizante dessas algas.
Leia também: Produção de oxigênio por algas e árvores
→ O que são recifes de corais?
Os recifes de corais são estruturas rígidas que, diferentemente do que muitos pensam, não são formadas por rochas, e sim por organismos marinhos que possuem esqueleto calcário. No processo de formação de recifes, destaca-se o papel dos corais, organismos classificados como cnidários.
Os recifes de corais constituem um ecossistema marinho muito complexo. Neles, várias espécies crescem e reproduzem-se. Esses ecossistemas destacam-se por sua biodiversidade, abrigando uma grande quantidade de espécies animais. Acredita-se que uma em cada quatro espécies marinhas vivam nesses locais. Além disso, não podemos deixar de destacar a beleza dos recifes de corais, que faz dessas estruturas uma grande atração turística.
Além de servir como atração turística, os recifes de corais, em virtude de sua grande biodiversidade, são utilizados pelo homem como fontes de alimentos. Não podemos esquecer-nos ainda de que algumas espécies que vivem nos recifes são utilizadas como matéria-prima pela indústria farmacêutica.
Leia também: O que é biodiversidade?
→ Relação entre corais e algas zooxantelas
Muitas espécies de corais apresentam uma relação de benefício mútuo (mutualismo) com algas chamadas zooxantelas. Essas algas vivem nos tecidos dos corais e são responsáveis pela coloração desses animais.
O branqueamento de corais ocorre quando esses animais perdem seus pigmentos ou sua associação com as zooxantelas.
O papel das algas, entretanto, vai muito além do simples fato de garantir a coloração do coral. Elas são as responsáveis por suprir as necessidades energéticas desses animais, fornecendo-lhes compostos orgânicos por elas produzidos no processo de fotossíntese. A associação entre algas e corais é importante, principalmente em ambientes oligotróficos, ou seja, em ambientes onde há uma baixa oferta de nutrientes. Vale salientar que a alga apresenta ainda outro papel: o aumento da taxa de calcificação do coral.
Por ser um processo de mutualismo, o coral também exerce um papel benéfico para o desenvolvimento das zooxantelas. Além de garantir maior proteção contra herbivoria, o coral fornece nutrientes inorgânicos e gás carbônico à alga.
→ Como ocorre o branqueamento de corais?
O branqueamento de corais é um problema grave e pode levar o coral à morte, ameaçando, assim, todo o ambiente recifal. Esse processo está relacionado com diferentes fatores estressantes, entre os quais podemos citar poluição, variações de salinidade e aumento da temperatura da água e alta incidência de luz ultravioleta.
Leia também: Poluição do mar
O principal fator relacionado com o branqueamento, no entanto, é o aumento da temperatura da água, o qual pode ocorrer em decorrência de fenômenos normais de aquecimento, como o El-Niño, e também em virtude do processo de aquecimento global, que tem causado aumento da temperatura dos oceanos.
No processo de branqueamento, ocorre a expulsão das algas zooxantelas do tecido do coral ou a degradação dos pigmentos fotossintetizantes da alga. Isso faz com que a pigmentação dos tecidos diminua a ponto de deixá-los translúcidos. Isso permite que o esqueleto de calcário seja visto, garantindo, desse modo, uma coloração branca ao coral.
→ Como o branqueamento afeta os corais?
O branqueamento de corais é um processo observado no Brasil e no restante do mundo. Caracteriza-se pela perda da associação mutualística existente entre as zooxantelas e/ou pela destruição do pigmento dessas algas. O branqueamento pode ser um processo temporário ou um processo irreversível, que levará o coral à morte. A morte do coral está relacionada, principalmente, com a duração do processo de branqueamento e com a intensidade do fator estressante que o desencadeia.
Um coral branqueado torna-se mais vulnerável a doenças.
Com o estabelecimento do branqueamento, os corais tornam-se mais suscetíveis a doenças e a infecções. Com os corais mais sensíveis, o ecossistema do recife torna-se, como um todo, mais frágil. Vale salientar que, algumas vezes, o branqueamento pode levar os corais à morte. Em alguns casos, porém, é observada a reversão do problema por meio da recolonização dos tecidos de corais por zooxantelas. Apesar do fim do branqueamento, verifica-se que esses corais apresentam uma redução na sua taxa de crescimento e apresentam também mais doenças. Todos esses problemas com os corais afetam diretamente o recife e, consequentemente, todo o ecossistema marinho.
→ Branqueamento de corais e aquecimento global
Aquecimento global é um processo que acontece em decorrência da intensificação do efeito estufa, que leva ao aumento da temperatura média do nosso planeta, inclusive da temperatura dos oceanos. Uma das causas desse aquecimento é o aumento exagerado da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera, como é o caso do gás carbônico.
Por desencadear o aquecimento da água dos oceanos, o aquecimento global apresenta relação direta com o branqueamento de corais. O aumento da temperatura da água, como vimos anteriormente, leva à expulsão das zooxantelas e/ou à perda dos pigmentos dessas algas, desencadeando seu branqueamento. Esse problema pode causar danos graves ao coral, que passa a ficar mais vulnerável a doenças e a infecções, afetando todo o ecossistema recifal.
O aquecimento global coloca em risco todo o ecossistema recifal.
A emissão de gás carbônico, além de acentuar o aquecimento global e desencadear o problema do branqueamento, está relacionada com outro problema grave que atinge os corais. O excesso de gás carbônico absorvido pelos oceanos reage com a água do mar, tornando-a mais ácida. Esse processo gera uma redução da taxa de calcificação dos corais, diminuindo o crescimento dos recifes.
→ Como evitar o branqueamento de corais?
O branqueamento de corais está relacionado, principalmente, com aumento da temperatura da água dos oceanos, entretanto, pode ser consequência de outros processos, como poluição e alteração na salinidade da água. Desse modo, para assegurar o fim do branqueamento dos corais, devemos garantir a diminuição ou a cessação desses fatores estressantes.
Uma das maneiras de diminuir os impactos da ação do homem nos corais é por meio da criação de áreas de proteção desses ecossistemas. Essa proteção é importante, pois pode evitar, por exemplo, a poluição, que apresenta relação com o problema de branqueamento.
Sabemos também que o branqueamento está relacionado, principalmente, com o aumento da temperatura dos oceanos. Nesse caso, temos uma situação mais complexa, que envolve todo o planeta. São necessárias a conscientização a respeito da emissão de gases do efeito estufa e a criação de medidas que visem ao desenvolvimento sustentável.
Para tentar barrar o aquecimento global e, consequentemente, diminuir as taxas de branqueamento de corais, podemos adotar pequenas medidas no nosso dia a dia. Entre essas medidas, podemos citar a redução do uso de automóveis, a não realização de queimadas e o não desmatamento.