Saiba mais sobre a Revolução Pernambucana de 1817 e quais eram os seus principais objetivos.
Você provavelmente já ouviu seu professor dizer que, durante as guerras napoleônicas (ocorridas na Europa, no início do século XIX), um acontecimento de suma importância mudou a história do Brasil, pois contribuiu para a sua Independência, que foi realizada em 1822. Esse acontecimento foi a chegada da Família Real Portuguesa no Brasil, em 1808. D. João VI veio com sua família e toda a corte para o Brasil com o objetivo de fugir do cerco de Napoleão contra o continente europeu. Para tanto, contou com o apoio comercial e militar da Inglaterra.
Com o deslocamento do poder de Lisboa para o Rio de Janeiro, o Brasil foi alçado à categoria de Reino Unido, junto a Portugal e Algarves, deixando de ser colônia. De 1808 a 1822, o Brasil viveu um intenso processo de transformação, e um forte movimento nacionalista começou a se delinear em várias regiões do país. Um dos eventos ligados a esse movimento teve amplo destaque: a Revolução Pernambucana de 1817.
A Revolução Pernambucana de 1817 foi deflagrada após as medidas econômicas adotadas por D. João VI. Uma dessas medidas dizia respeito ao aumento dos impostos da população brasileira para cobrir gastos contraídos em outras atividades, sobretudo guerras. A região de Pernambuco passava, nessa época, por um período de grave crise, pois havia um crescente enfraquecimento do comércio do algodão e do açúcar, que movimentava boa parte da economia da época.
Quando as medidas do rei chegaram à província, muitos proprietários de terras, profissionais liberais, membros do clero e trabalhadores urbanos organizaram um movimento contra a autoridade de D. João VI. Esse movimento tinha a pretensão de criar um governo provisório e instituir uma República em Pernambuco. Veja o que diz o historiador Boris Fausto sobre esse acontecimento:
“Os revolucionários tomaram Recife e implementaram um governo provisório, baseado em uma 'lei orgânica' que proclamou a República e estabeleceu a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não tocou no problema da escravidão. Foram enviados emissários às outras capitanias em busca de apoio e aos Estados Unidos, Inglaterra e Argentina, em busca também de apoio e de reconhecimento. A revolta avançou pelo sertão, porém logo em seguida, veio o ataque das forças portuguesas, a partir do bloqueio do Recife e do desembarque em Alagoas. As lutas se desenrolaram no interior, revelando o despreparo e as desavenças entre os revolucionários. Ao final, as tropas portuguesas ocuparam Recife, em maio de 1817”. [1]
Esse evento, apesar de malsucedido, foi uma das expressões de maior clamor pela independência vistas no Período Joanino no Brasil.
NOTAS
[1] FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013. p 111.
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