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Atentado da Rua Tonelero

Entenda o que foi o atentado da Rua Tonelero e o contexto que motivou o chefe de segurança de Vargas a organizar o assassinato de Carlos Lacerda.

Getúlio Vargas e Gregório Fortunato (à direita, usando chapéu) * Getúlio Vargas e Gregório Fortunato (à direita, usando chapéu) *

O segundo governo de Vargas foi marcado por uma grave crise política, e o atentado da Rua Tonelero acabou sendo um dos motivos que causaram o suicídio de Getúlio Vargas, em agosto de 1954. Após ser destituído do cargo de presidente em 1945, Getúlio Vargas retornou vitorioso à presidência, após vencer as eleições de 1950 pelo PTB, com 48,7% dos votos contra os candidatos dos partidos adversários: Eduardo Gomes, da UDN, e Cristiano Machado, do PSD. A UDN tentou impedir a posse de Vargas após o resultado das eleições, mas não obteve sucesso.

Crise do Governo Vargas

Após assumir o cargo de presidente em 1951, Vargas encontrou forte oposição em todos os projetos que propôs. Além disso, havia também uma forte pressão popular, principalmente pela subida da inflação, que corroía o salário do trabalhador. Um terceiro grupo de relevância nesse período foi o Exército, que muitas vezes atuou com a UDN como oposição a Vargas. Já o presidente, por sua vez, tentou conciliar os interesses de todos os grupos para manter-se no cargo e impedir um possível golpe político.

Getúlio Vargas defendia a industrialização do Brasil e o distanciamento de investimentos estrangeiros, principalmente em áreas essenciais, como a siderurgia, a produção de energia elétrica e a exploração do petróleo. Propôs a criação de empresas nacionais nas áreas de produção de energia elétrica e petróleo – a Eletrobras e a Petrobras – e foi bastante criticado por isso pela oposição, que o acusava de querer levar o Brasil no caminho do comunismo.

Nomeou João Goulart como Ministro do Trabalho, que propôs o aumento do salário-mínimo em 100% – decretado por Vargas em 1º de maio –, e enfureceu a oposição e o exército, que não concordavam com o aumento do salário do trabalhador. A insatisfação das elites ficou evidente porque “muitos empregadores recusaram-se a cumprir o decreto salarial, mesmo este tendo sido legitimado pelo Supremo Tribunal Federal”|1|.

Atentado da Rua Tonelero

A crise do governo de Getúlio Vargas tornou-se insustentável quando foi organizada uma tentativa de assassinato contra Carlos Lacerda, principal nome da oposição e dono do jornal Tribuna da Imprensa, o qual Lacerda utilizava para publicar denúncias – muitas delas falsas – contra Vargas. O atentado aconteceu no dia 5 de agosto de 1954, na Rua Tonelero, onde Carlos Lacerda foi ferido e seu guarda-costas foi morto a tiros. As investigações concluíram que o atentado foi organizado por Gregório Fortunato, chefe de segurança do Palácio do Catete e de Getúlio Vargas.

A oposição utilizou o atentado fracassado para acusar Vargas de tentativa de assassinato, apesar de não haver comprovação da participação direta de Vargas, e passou a solicitar a renúncia imediata do presidente. Isolado politicamente, Getúlio Vargas cometeu suicídio em seu quarto no Palácio do Catete, no dia 24 de agosto de 1954.

|1| SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, p. 192.

* Créditos da imagem: Commons


Por Daniel Neves
Graduado em História

Por Daniel Neves Silva

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