15 contos de fadas clássicos
Entre os 15 contos de fadas clássicos que você lerá a seguir, estão Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Rapunzel e O Pequeno Polegar.
Os 15 contos de fadas clássicos que você lerá a seguir são alguns dos contos de fadas que atravessaram os séculos e fizeram parte da vida de crianças do mundo inteiro, fazendo com que elas pudessem sonhar, refletir e viajar para reinos distantes. E foi pensando em manter essa tradição que trouxemos, entre tantos contos de fadas clássicos, os seguintes: Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel, A pequena sereia, O príncipe sapo, João e Maria, João e o pé de feijão, O gato de botas, O patinho feio, A princesa e a ervilha, A roupa nova do rei, O Pequeno Polegar e O soldadinho de chumbo.
Leia também: Qual é a origem dos contos de fadas?
1. Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault
Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Um dia, sua mãe pediu-lhe para levar uma cesta com doces para a vovó doentinha. A mãe, porém, advertiu a menina: “Não entre na floresta nem converse com estranhos”. Mas Chapeuzinho era muito distraída e acabou saindo da estradinha e entrando na floresta.
Um lobo então surgiu de entre as árvores, quis saber se a menina estava perdida. Ela disse que não e falou para onde estava indo. E o lobo aconselhou-a a pegar o caminho das flores, pois era mais curto. Que lobo mentiroso! Era o caminho mais longo... Assim, após enganar a menina, o lobo colocou seu plano em prática e chegou primeiro à casa da vovó, devorando a vovó da Chapeuzinho.
Depois de devorar a vovó, o lobo decidiu enganar mais uma vez a menina, então colocou a touca da velhinha, vestiu sua roupa, deitou-se na cama e se cobriu com um cobertor. Quando a menina chegou, percebeu que a “vovó” estava meio diferente.
— Que orelhas grandes a senhora tem, vovó.
— São para te ouvir melhor, querida.
— Que olhos grandes a senhora tem, vovó.
— São para te ver melhor, meu chuchu.
— Que mãos grandes a senhora tem, vovozinha.
— São para te abraçar, doçura.
— E que boca grande a senhora tem, vovozinha.
— Ah, é para te devorar!!!!
Após dizer isso, o lobo devorou Chapeuzinho Vermelho. Então, de barriga cheia, o bicho dormiu e até roncou. Mas um caçador ouviu os roncos de lobo e percebeu que a porta da casa da vovó estava aberta.
Entrou na casa, viu o lobo dormindo sobre a cama e não perdeu tempo. O caçador abriu a barriga do bicho e tirou vovó e netinha lá de dentro. Depois, encheu a barriga do lobo com pedras, costurou tudo e afundou o bicho em um rio, para ele nunca mais fazer maldades.
2. A bela adormecida, de Charles Perrault
Um rei e uma rainha viviam em um luxuoso palácio. Um belo dia, a rainha disse ao seu marido que logo teriam um bebê no castelo, pois estava grávida. Meses depois, uma princesa nasceu. Para comemorar o nascimento e apresentar a menina ao reino, o rei e a rainha fizeram uma enorme festa.
Várias fadas compareceram com presentes para a menina, como inteligência, beleza e bondade. Porém, a realeza esqueceu-se de convidar uma das fadas. Ofendida, ela foi assim mesmo à festa. E lançou uma maldição sobre a criança. Ao completar 15 anos de idade, a princesa ia se ferir em uma roca e então morrer.
Diante da terrível maldição, outra fada fez o que pôde para amenizá-la. Assim, em vez de morrer, a jovem dormiria por cem anos, depois seria acordada por um beijo de amor. Além disso, o rei tomou providências e mandou eliminar todas as máquinas de fiar do reino, com exceção da que estava na torre.
Pouco depois de completar a idade de 15 anos, a jovem princesa, caminhando pelo castelo, decidiu subir à torre. Nunca tinha visto uma máquina de fiar. Sem conseguir resistir à curiosidade em relação ao objeto, aproximou-se para ver mais de perto e, sem querer, espetou o dedo e adormeceu. Logo todo o reino adormeceu juntamente com a princesa. E ficaram cercados por um bosque e por espinheiros encantados.
Quando fazia exatamente cem anos que a bela princesa estava adormecida, um corajoso príncipe apareceu e, intrigado com as histórias que ouviu nas redondezas, entrou no reino. Ao subir à torre, o príncipe ficou encantado com a beleza da jovem e deu-lhe um beijo, que a fez acordar, bem como o reino adormecido. Tempos depois, ocorreu o casamento da bela princesa com seu corajoso príncipe.
3. Cinderela, de Charles Perrault
A pequena Cinderela ficou órfã de mãe. Mas logo o pai da menina se casou novamente. A madrasta de Cinderela era uma viúva e tinha duas filhas. Como o pai viajava muito a trabalho, a menina ficava aos cuidados da madrasta, que muito a maltratava. E, para completar a infelicidade de Cinderela, seu pai também morreu.
Com a morte de seu pai, ela estava à mercê da malvada madrasta e de suas também malvadas filhas. A menina era obrigada a fazer todo o trabalho doméstico e dormia no porão. E, dessa forma, cresceu a doce Cinderela. Os únicos amigos que tinha eram bichos, como pássaros e coelhinhos, com quem desabafava.
Quando o príncipe Luís mandou anunciar que procurava uma noiva, Cinderela pensou que podia ser ela. O príncipe daria um baile, onde escolheria sua futura esposa. O sonho durou pouco, pois a madrasta de Cinderela impediu-a de ir ao baile. Afinal, com que roupa a jovem compareceria a evento tão luxuoso?
De fato, Cinderela vivia com trajes muito simples. Mas uma aranha e um bicho-da-seda fizeram para ela o mais belo vestido. No dia da festa, sua Fada Madrinha apareceu e deu-lhe presentes. Transformou uma abóbora em carruagem, dois ratinhos viraram fortes cavalos. E, por fim, os chinelos de Cinderela se tornaram belos sapatinhos de cristal. Então, Cinderela foi ao baile.
Antes de a jovem partir, a Fada Madrinha deixou bem claro que, à meia-noite, o encantamento acabaria. Que momento feliz viveu Cinderela! No baile, dançou com o príncipe, que imediatamente se apaixonou pela moça. Mas, quando se aproximou a meia-noite, Cinderela, lembrando-se do aviso da Fada Madrinha, fugiu, às pressas, perdendo, no entanto, um dos sapatinhos de cristal.
Sem saber quem era a bela moça e por desconhecer seu endereço, o príncipe passou de casa em casa procurando a dona do sapatinho perdido. Cada uma das jovens do reino experimentava o sapatinho de cristal. Mas ele só cabia no pé de Cinderela. E quando o príncipe, finalmente, encontrou sua amada em um porão, eles se casaram e foram felizes para todo o sempre.
4. Branca de Neve, dos irmãos Grimm
A mãe da princesa Branca de Neve faleceu logo depois que a menina nasceu. O rei então se casou pela segunda vez. A nova rainha era extremamente bonita, mas também era muito perversa. Vaidosa, a rainha não admitia que pudesse haver mulher mais linda do que ela. E, por isso, sempre perguntava ao seu espelho mágico:
— Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?
E estava acostumada a ouvir como resposta:
— Não. Vossa Majestade é a mulher mais bela do mundo inteiro!
No entanto, a pequena Branca de Neve cresceu e transformou-se em uma belíssima mulher. Assim, quando, certo dia, a rainha fez a tal pergunta ao espelho, obteve como resposta:
— Sim. Branca de Neve é a mulher mais linda do mundo!
A rainha ficou com tanta inveja de Branca de Neve que mandou um de seus guardas matar a moça. Porém, o guarda levou a princesa para a floresta e deixou-a fugir, também lhe advertiu que nunca mais voltasse, pois a rainha queria-a morta. Assim, depois de muito andar pela floresta, Branca de Neve avistou uma pequena casa, mas ali não havia ninguém.
Como a porta não estava trancada, decidiu entrar. No quarto, havia sete pequenas camas. A princesa juntou-as e depois adormeceu, pois estava muitíssimo cansada. Os moradores da residência eram sete homenzinhos. Ao voltarem para casa, eles ficaram encantados com a beleza da moça.
Após ouvir a sua história, os sete pequenos homens resolveram deixar a princesa morar ali com eles. Mas a moça não estava segura ali. Afinal, quando a rainha perguntou ao espelho encantado se havia alguém mais bela, ele respondeu:
— Branca de Neve.
O espelho também revelou o lugar onde a jovem se escondia. Assim, a rainha disfarçou-se de velhinha, encheu um cesto de maçãs e foi até Branca de Neve. Pediu água à moça e, supostamente agradecida, deu-lhe uma maçã de presente, mas quando a princesa deu uma mordida na fruta envenenada, caiu, adormecida.
Quando os homenzinhos encontraram Branca de Neve, acharam que ela estava morta. Mas era tamanha sua beleza que decidiram colocar a jovem em um caixão de vidro. Porém, apareceu um príncipe e pediu para levar o corpo da princesa para o rei, que estava preocupado com a filha.
Ao transportarem o caixão, um dos homenzinhos tropeçou, e a princesa moveu-se. Assim, o pedaço de maçã envenenada caiu de sua boca, e ela acordou. O rei então, ao saber de tudo, mandou prender a rainha. Branca de Neve e o príncipe se casaram. E os sete homenzinhos divertiram-se muito na festa.
5. Rapunzel, dos irmãos Grimm
Era uma vez uma mulher que, quando estava grávida, sentiu forte desejo de comer beterraba. Para satisfazer a esposa, o marido passou a pegar beterrabas na horta de uma vizinha. Porém, essa vizinha era uma bruxa. Ao descobrir o roubo, a bruxa ordenou-lhe que, quando o bebê nascesse, devia ser entregue a ela.
Meses depois, a bruxa deu à menina recém-nascida o nome de Rapunzel. E criou-a até a menina completar 12 anos de idade. Então, prendeu-a em uma torre sem portas, a qual tinha apenas uma janela. Se precisava subir na torre, a bruxa mandava Rapunzel jogar sua longa trança, usando-a para subir como se fosse uma corda.
Um príncipe, certa vez, presenciou essa cena. E, encantado com a voz da bela Rapunzel, o príncipe decidiu fazer como a bruxa, e gritou lá de baixo:
— Rapunzel, jogue sua trança!
Assim, Rapunzel e o príncipe se apaixonaram. Mas, ao descobrir o namoro, a bruxa cortou as tranças da moça e depois abandonou Rapunzel na floresta. Para enganar o príncipe, a bruxa amarrou as tranças de Rapunzel em um gancho e, quando o príncipe subiu na torre, ele encontrou a bruxa à sua espera.
Então, a bruxa empurrou o rapaz da torre, que perdeu a visão com a queda. E saiu, sem rumo, pela floresta, até que ouviu uma bela voz. Era o canto de Rapunzel. Ao saber do ocorrido, a jovem chorou pela infelicidade do príncipe. Ao caírem nos olhos do amado, as lágrimas de Rapunzel trouxeram-lhe a visão de volta. Então eles se casaram e foram felizes para sempre.
6. A pequena sereia, de Hans Christian Andersen
Em um profundo reino marítimo, vivia a pequena sereia, filha do rei. Era órfã de mãe e a mais bonita princesa do mar. Sua avó sempre lhe contava as histórias dos humanos, os quais viviam fora do oceano. E a pequena sereia tinha muita curiosidade em conhecê-los. Assim, quando fez 15 anos, o pai da pequena sereia permitiu que ela fosse até a superfície.
Ela viu um navio iluminado, onde ocorria uma festa. No convés, estava um jovem e belo príncipe, que chamou a atenção da jovem sereia. No entanto, logo o tempo mudou e uma tempestade enfureceu o mar. Com o naufrágio, o príncipe estava prestes a se afogar, mas foi salvo pela sereia, que o levou até a praia.
Ela voltou para o seu reino. Mas, apaixonada, não conseguia encontrar alegria, pois só pensava em seu príncipe. Decidiu então buscar a bruxa do mar, que lhe preparou uma poção mágica que faria seu rabo de peixe se transformar em pernas. Porém, ela nunca mais voltaria a ser uma sereia. Em troca, a bruxa ficou com a voz da jovem princesa.
Agora com pernas, a sereia foi encontrada pelo príncipe na praia, que a levou até o palácio, onde ela passou a morar. Entretanto, o rei e a rainha exigiram que o príncipe se casasse com a princesa do reino vizinho. A sereia sabia que, sem estar com seu amor, inevitavelmente morreria.
Segundo a bruxa, a única forma de a jovem princesa do mar voltar a ser sereia era matando o seu amado príncipe. É claro que nossa heroína jamais faria mal ao jovem que ela amava. Mas também não podia viver entre os humanos e se jogou no oceano. E, ao morrer, foi recompensada por tanto amar, pois sua alma tornou-se imortal. Na versão mais conhecida do conto, a pequena sereia e o príncipe ficam juntos.
7. O príncipe sapo, dos irmãos Grimm
O rei de um próspero reino tinha três filhas solteiras, sendo mais bela a filha caçula. No bosque perto do castelo, havia uma profunda lagoa. A jovem princesa gostava de ficar no gramado ali perto, onde brincava com uma bola dourada. Até que um dia a bola caiu na água.
A princesa então chorou tanto que um sapo decidiu ver por que ela estava chorando. Ao saber o motivo das lágrimas, o sapo disse que podia buscar a bola da princesa, mas queria algo em troca, que ela o levasse com ela a todos os lugares. A princesa então fez a promessa, sem intenção de cumpri-la.
Assim, o sapo buscou a bola para a princesa. Ela então correu para o palácio e deixou o sapo para trás. Mas, no dia seguinte, ele bateu à porta do palácio, para que a jovem cumprisse a promessa feita. Ao saber da história, o rei obrigou a filha a cumprir a promessa.
Assim, o sapo comeu com a princesa. Irritada por ele ter pedido para dormir no mesmo quarto que ela, ela jogou o sapo contra a parede, mas, ao cair sobre o chão, ele se transformou em um belo príncipe. E explicou-lhe que, por deixá-lo viver com ela, a princesa tinha acabado com o feitiço de uma bruxa.
A moça logo se apaixonou pelo belo rapaz. E o pai dela decidiu acertar o casamento entre ela e esse jovem príncipe. O criado do príncipe chamava-se Enrique e ficou extremamente feliz com a volta do amo. Levou os noivos para se casarem e unir os dois reinos.
8. João e Maria, dos irmãos Grimm
Era uma vez dois irmãos. Ele se chamava João; e ela, Maria. Quando passeavam na floresta, a mãe dizia para levarem pedrinhas brancas e marcarem o caminho. Desse modo, as crianças nunca se perdiam e sempre voltavam para casa. Em certa ocasião, porém, os irmãos levaram miolo de pão em lugar de pedrinhas.
Assim, as bolinhas de miolo de pão que eles espalharam pelo caminho foram comidas por aves. Perdidos na floresta, encontraram uma casinha feita de doces, e os irmãos não resistiram, comeram todo o doce que conseguiram. Até que apareceu a dona dessa casa incomum.
A velhinha, no entanto, foi gentil com as crianças, convidou-as a entrar. Presas, elas descobriram que ela era uma bruxa que devorava crianças. A bruxa obrigou Maria a fazer o trabalho doméstico, enquanto João ficava preso em uma gaiola. Quando o menino estivesse gordinho, seria o primeiro a virar comida de bruxa.
Mas a mulher não enxergava bem. Todos os dias, pedia para ver um dedinho do João, para determinar se ele estava “no ponto”. E o menino, muito esperto, no lugar do dedo, mostrava um osso de galinha. Raivosa porque João continuava magro depois de um mês, a bruxa decidiu devorá-lo assim mesmo.
Durante os preparativos para assar o menino, a bruxa descuidou-se, e Maria empurrou-a para dentro do forno. Enquanto a bruxa gritava, Maria libertou João, pegaram parte do tesouro da bruxa e conseguiram chegar em casa. Os pais, tão preocupados, ficaram felizes com a volta das crianças, que contaram tim-tim por tim-tim sua aventura.
9. João e o pé de feijão, de Joseph Jacobs
O menino João vivia com sua mãe e era órfão de pai. A vida no campo não era fácil, e estavam sem dinheiro para comprar comida. A mãe então pediu para João vender a vaquinha, o único bem que possuíam, para assim comprarem o que comer. No caminho, porém, um homem propôs que João trocasse a vaca por feijões mágicos.
Quando João chegou em casa, com os sete grãos de feijão, a mãe, muito irritada, jogou os feijões fora. Então, na manhã seguinte, ficaram surpresos com o imenso pé de feijão que havia nascido no quintal. João subiu a grande árvore e, acima das nuvens, avistou um castelo onde moravam gigantes.
A mulher gigante pegou o menino e, para protegê-lo do gigante mau, colocou-o dentro do açucareiro. O gigante faminto percebeu um cheiro diferente no castelo, mas não conseguiu achar João. Então, quando o gigante estava dormindo, João decidiu levar consigo a harpa encantada e a galinha que botava ovos de ouro, que eram prisioneiras do gigante. Mas o gigante despertou e perseguiu o menino, que era muito veloz. Assim que João desceu da árvore, a mãe cuidou de cortar o pé de feijão. Agora, com a galinha dos ovos de ouro, mãe e filho nunca mais sentiriam fome.
10. O gato de botas, de Charles Perrault
Era uma vez um velho moleiro. Quando morreu, deixou um moinho para o primogênito, um burro para o filho do meio e um gato para o caçula. O filho caçula ficou desesperado, pois não podia ganhar a vida com aquela herança. Diante da preocupação do jovem, o gato disse que se ganhasse um chapéu, um par de botas e uma bolsa de couro seria muito útil ao jovem, mais útil do que um moinho ou um burro.
O gato, munido das botas e da bolsa, pegou duas codornas, que deu de presente ao rei, em nome de um suposto marquês. E continuou a presentear o rei durante meses, de forma a aguçar sua curiosidade acerca do tal marquês.
Assim, o gato planejou um encontro supostamente acidental entre o rei, sua filha e o jovem amo. Quando passava a carruagem do rei, o gato disse que ladrões tinham roubado as roupas de seu senhor, o marquês de Carabás. O rei então pediu que conseguissem roupas para o rapaz e o convidou a entrar na carruagem.
O gato, esperto, perguntou se o rei queria conhecer as terras do marquês e levou-o às ricas terras de um ogro, convencendo os camponeses a dizerem que aquelas eram as terras do marquês. Ao chegar até o ogro mágico, o gato de botas convenceu-o a transformá-lo em um leão.
E ainda desafiou o ogro mágico a se converter em um ratinho. Transformado em rato, o ogro foi comido pelo leão, de forma que o encanto foi desfeito, e o gato voltou a ser um gato. Com as terras e as riquezas do ogro, o amo do gato estava rico e lhe foi oferecida a mão da princesa. Os jovens se casaram, e o gato de botas morou até o fim em companhia desses seus ricos senhores.
11. O patinho feio, de Hans Christian Andersen
A pata Sofia fez um ninho perto de um lago para chocar seus ovos. Nasceram então cinco belos patinhos amarelos. Porém, um ovo demorou a abrir e, quando a casca se rompeu, saiu de lá um patinho diferente dos irmãos. Os bichos passaram a chamá-lo de “patinho feio”.
Rejeitado por todos, esse patinho estava sempre sozinho e triste. E decidiu ir embora, em busca de um lugar mais acolhedor. No caminho, encontrou marrecos, que também o rejeitaram. Depois gansos, que, agressivamente, mandaram-no embora. Só lhe restava continuar, em busca de sua própria identidade.
Até que, um belo dia, ele encontrou brancas aves, de longos pescoços. Eram cisnes, que acolheram o patinho como se ele fosse um integrante da família. E realmente era, pois, com o tempo, o “patinho feio” transformou-se em um belo cisne, admirado por todos. Sim! Ele era um cisne, nunca foi um pato.
12. A princesa e a ervilha, de Hans Christian Andersen
Um príncipe estava procurando uma princesa com quem se casar. Sem sucesso, ele voltou triste e sozinho para o seu palácio. Porém, certa noite, bateram ao seu portão. Era uma jovem, que dizia ser princesa. Mas a rainha, mãe do príncipe, ficou desconfiada e pensou em um estratagema para saber se a moça dizia a verdade.
Sem que a suposta princesa soubesse, a rainha mandou que colocassem uma ervilha debaixo do colchão da cama da hóspede. Melhor pensando, deveriam ser vários colchões, um sobre o outro. Depois da primeira noite, a rainha quis saber se a moça tinha dormido bem. E ela respondeu que não.
A jovem disse ter tido a impressão de estar deitada sobre uma pequena esfera. A rainha, dessa forma, concluiu que ela era honesta. Afinal, apenas uma verdadeira princesa podia sentir aquela incômoda ervilha. E foi assim que essa princesa se casou com o tal príncipe, para serem felizes para sempre.
13 A roupa nova do rei, de Hans Christian Andersen
Era uma vez um rei que se importava muito com as aparências. Ele gastava muito dinheiro com roupas novas e caras. E gostava de vesti-las e exibi-las para o seu povo. Para dizer a verdade, esse rei quase não reinava, pois só pensava em suas roupas e em que ocasião usá-las.
A notícia dessa paixão do rei pelas roupas novas chegou a outros lugares. Assim, certa vez, dois desonestos aventureiros apareceram no reino. Eles se apresentavam como tecelões e diziam possuir o tecido mais belo do mundo. Mais que isso, os supostos tecelões afirmavam que as roupas feitas com tal tecido eram invisíveis para quem era tolo.
Ao saber da novidade, o rei quis logo encomendar uma roupa com tecido tão interessante. Desse modo, pensou ele, poderia saber quem era esperto e quem era tolo, de forma a poder escolher melhor quem trabalhava para ele. Os supostos tecelões ganharam então uma fortuna para fazer a roupa nova do rei.
Em certa ocasião, o rei enviou um de seus ministros para ver se os trapaceiros estavam fazendo um bom trabalho. Ao entrar na sala onde estavam costurando a roupa, não viu nada. Mas, para não parecer tolo, fingiu ver a roupa, que, segundo os dois homens, possuía cores belas.
Diante da reação do ministro, pediram mais dinheiro para terminar a roupa. Afinal, o rei iria usá-la em uma procissão que aconteceria muito em breve. Quando a roupa estava pronta, os tecelões levaram-na para o rei. O monarca também não via nada. Mas, para não parecer tolo, disse que estava maravilhosa!
Assim, sua majestade despiu a roupa que estava usando e, logo depois, os patifes ajudaram-no a vestir a roupa nova. Todos do palácio elogiavam a roupa nova do rei, pois ninguém queria parecer tolo. O mesmo aconteceu quando o rei caminhou nu durante a procissão. Apenas uma criança gritou entre a multidão:
— Olha só! O rei está sem roupa!
A partir daí, aquela verdade se espalhou entre os presentes, e todos passaram a apontar para o rei, enquanto diziam:
— O rei está sem roupa!
Porém, o rei continuava seu caminho, de cabeça erguida. Preferia acreditar na tolice de seu povo a admitir que realmente estava sem roupa.
Acesse também: Qual é a história do Papai Noel?
14. O Pequeno Polegar, de Charles Perrault
Havia um casal de lenhadores que tinham sete filhos. Mas eram tão pobres que os filhos passaram a ser um peso difícil de carregar. Além disso, o filho mais novo era muito fraquinho e calado. E os pais pensavam que ele era meio lerdo, quando, na verdade, tinha uma grande esperteza.
Quando nasceu, era pouco maior que um polegar. Por isso o apelidaram de Pequeno Polegar. Assim, num período de grande fome, os pais planejaram abandonar seus filhos na floresta. Mas o caçula ouviu a conversa deles. No dia seguinte, encheu seus bolsos de pedrinhas brancas.
Os pais levaram os filhos para buscar lenha, e o Pequeno Polegar não contou nada do que ouvira aos irmãos. Como planejado, os pais aproveitaram a distração deles e foram embora. Quando perceberam, caíram no choro. Mas o Pequeno Polegar tinha marcado o caminho com as pedrinhas, e conseguiram voltar para casa.
Coincidentemente, quando o lenhador e sua esposa chegaram em casa, o senhor da aldeia pagou ao lenhador um dinheiro que lhe devia. Agora, depois de finalmente comer, a mãe lamentava a ausência dos filhos. E ficou muito feliz quando eles apareceram, guiados pelo Pequeno Polegar.
Porém, quando o dinheiro acabou, e a fome de novo batia à porta, os pais decidiram se livrar dos filhos novamente, e os levaram para um lugar bem mais afastado. Sem conseguir juntar as pedrinhas desta vez, o caçula, para marcar o caminho, usou o pão que a mãe tinha dado para cada um dos filhos antes de eles saírem.
Contudo, desta vez, seu plano falhou, pois os pássaros comeram as migalhas de pão que o menino espalhara pelo caminho. E, quando estavam perdidos e assustados durante a noite, o Pequeno Polegar subiu em uma árvore e avistou uma luz muito fraca. Guiou os irmãos naquela direção e chegaram a uma casa.
Foram atendidos por uma gentil senhora, e o Pequeno Polegar contou-lhe que estavam perdidos. No entanto, aquela era a casa de um ogro que gostava de devorar crianças. A esposa do ogro devorador de crianças escondeu os meninos. Mas, ao chegar em casa, o ogro começou a sentir um cheiro de carne fresca.
Ele logo descobriu os meninos embaixo da cama, que suplicaram pela própria vida. O ogro decidiu que ia devorá-los no dia seguinte. Mas, enquanto o ogro dormia, o Pequeno Polegar conseguiu fugir, juntamente com seus irmãos. No dia seguinte, ao perceber a fuga, o ogro saiu furioso no encalço dos meninos.
Cansado, acabou adormecendo. E o Pequeno Polegar roubou-lhe as botas encantadas, voltou à casa do ogro e disse à ogra que o marido tinha sido sequestrado e que lhe emprestara as botas encantadas para ele pedir que a mulher lhe entregasse toda a fortuna. Como o Pequeno Polegar estava com as botas do seu marido, a ogra entregou ao menino todas as riquezas do ogro, e o menino voltou para casa com os irmãos. Agora sua família estava rica.
15. O soldadinho de chumbo, de Hans Christian Andersen
Dentro de uma caixa, em uma loja de brinquedos, havia 25 soldadinhos de chumbo. Um deles, contudo, não tinha uma perna. Isso porque, como foi o último a ser feito, faltou chumbo para terminar sua perna. Certo dia, um menino ganhou de presente a caixa com os soldadinhos. No quarto do menino, havia também um lindo castelo, com uma linda bailarina de papel. Não demorou muito para o soldadinho de uma perna só se apaixonar pela bailarina.
À noite, enquanto o menino dormia, os brinquedos fizeram uma festa. No dia seguinte, porém, por acidente, o menino deixou o soldadinho de chumbo cair pela janela. O menino foi até a rua, em busca de seu brinquedo, mas não o encontrou. Depois de uma forte chuva, dois outros meninos encontraram o soldadinho. Decidiram fazer um barco de papel para ele viajar e conhecer o mundo inteiro. Colocaram o barquinho na enxurrada, com o soldadinho dentro, que fazia de tudo para não cair fora da embarcação.
Contudo, o barquinho caiu em um bueiro, e o soldadinho se viu cercado pela escuridão. Mais tarde, porém, o barquinho levou o soldadinho até um rio, e finalmente tudo ficou iluminado. Mas as águas ferozes afundaram o barquinho. Assim, logo um peixe engoliu o soldadinho.
E veja como é o destino. O peixe acabou sendo pescado, e, depois, foi comprado pela cozinheira da casa onde morava o menino que perdera o soldadinho de chumbo. Assim, ao abrir o peixe, a cozinheira encontrou o soldadinho, e o menino ficou feliz com a volta do brinquedo, que continuava apaixonado pela bailarina de papel.
Um dia, porém, o soldadinho de chumbo acabou caindo na lareira, o qual derretia enquanto olhava para sua bailarina. E, quando alguém abriu a porta, o vento empurrou a bailarina para a lareira, que foi consumida pelo fogo, juntamente com o soldadinho. Deles apenas restou um pequenino coração de chumbo, que sobreviveu às chamas.
Videoaula sobre o conto de fadas
Fontes
ANDERSEN, Hans Christian. A pequena sereia. Tradução de Antonio Carlos Vilela. São Paulo: Melhoramentos, 2013.
ANDERSEN, Hans Christian. As roupas novas do imperador. In: ANDERSEN, Hans Christian. Contos de Andersen. Porto: Ambar, 2002.
ANDERSEN, Hans Christian. O soldadinho de chumbo. São Paulo: Paulus, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. A princesa e a ervilha. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Chapeuzinho Vermelho. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Cinderela. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. João e Maria. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. João e o pé de feijão. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. O gato de botas. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. O patinho feio. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Rapunzel. Brasília: MEC/ Sealf, 2020.
IRMÃOS GRIMM. O príncipe sapo. In: IRMÃOS GRIMM. Contos de Grimm: O príncipe sapo e outras histórias. Tradução de Zaida Maldonado. Porto Alegre: L&PM, 2008. v. 2.
PERRAULT, Charles. O pequeno polegar. In: PERRAULT, Charles. Contos da mamãe gansa ou histórias do tempo antigo. Tradução de Leonardo Fróes. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
RIOS, Sâmia. A bela adormecida. São Paulo: Scipione, 2009.