História

Zumbi dos Palmares

Zumbi dos Palmares foi um dos líderes de Palmares e liderou a resistência africana contra as expedições enviadas pelos portugueses. Foi morto em uma emboscada em 1695.

Estátua construída em homenagem a Zumbi dos Palmares na cidade de Salvador, no estado da Bahia.

Zumbi dos Palmares é uma figura bastante conhecida da história brasileira e ficou conhecido por ter sido um dos líderes do Quilombo dos Palmares. Ao longo do século XX, a figura de Zumbi foi resgatada como símbolo da luta e da resistência dos africanos contra a escravidão. Foi morto em uma emboscada realizada por André Furtado de Mendonça.

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Quilombo dos Palmares

A vida de Zumbi está diretamente ligada com o Quilombo dos Palmares, afinal ele foi um dos líderes conhecidos do maior quilombo da história brasileira. O primeiro registro que faz menção a Palmares é de 1597. Esse quilombo foi formado por escravos que fugiram de engenhos de açúcar na capitania de Pernambuco.

O nome desse quilombo fazia menção à grande quantidade de Palmeiras que existia na região em que se desenvolveu – a Serra da Barriga. Palmares era o resultado da junção de vários mocambos (pequenas aldeias de escravos fugidos) que se formou naquela região. Entre esses mocambos podem ser destacados Subupira, Quissama, Andalaquituche e a capital de Palmares era o mocambo de Cerca Real do Macaco.

A capital palmarina chegou a contar com seis mil habitantes e os outros mocambos ligavam-se a ela por uma rede de estradas. Os palmarinos protegiam sua capital com uma paliçada e construindo diversas armadilhas aos arredores do Mocambo do Macaco. Ao todo, o Quilombo dos Palmares chegou a contar com vinte mil habitantes espalhados nos diversos mocambos.

A história de Palmares foi uma história marcada pela resistência, e o primeiro relato de embate dos palmarinos contra os colonizadores remonta a 1602. Os europeus consideravam Palmares (e todos os quilombos) uma grande ameaça, e frequentemente expedições militares eram enviadas para destruir esses locais e reencaminhar os escravos fugidos à escravidão.

Ao longo dos quase 100 anos de existência de Palmares, foram realizadas expedições militares por holandeses e portugueses e, a partir de 1650, as expedições portuguesas acentuaram-se. A destruição de Palmares foi realizada pela expedição de Domingos Jorge Velho, um bandeirante contratado para destruir Palmares.

A expedição de Domingos Jorge Velho contou com milhares de homens e estava armada com canhões. O Mocambo do Macaco foi destruído em 1694 e os sobreviventes fugiram. Entre os sobreviventes estava Zumbi dos Palmares, o líder do quilombo na ocasião.

Vida de Zumbi

A falta de documentos traz uma grande dificuldade na reconstrução da vida de Zumbi e, por isso, os historiadores sabem muito pouco sobre ele. As maiores lacunas de conhecimento sobre Zumbi são sobre sua vida pessoal e o único relato existente foi realizado pelo jornalista Décio Freitas. O livro escrito por esse jornalista, apesar de ser um clássico, é alvo de muitos questionamentos por historiadores especializados no assunto.

Esse relato é conhecido por falar que Zumbi nasceu livre em Palmares, tendo sido raptado ainda na infância – durante uma das expedições contra o quilombo – e depois vendido como escravo para um padre chamado Antônio Melo. Esse padre deu o nome de Francisco para Zumbi e ensinou-lhe português e latim.

Com 15 anos, Zumbi teria fugido da propriedade de Antônio Melo e retornado para o Quilombo dos Palmares, local onde se transformou em um importante comandante militar das forças palmarinas. Esse relato clássico da vida de Zumbi é considerado pelos historiadores mais fantasioso do que verdadeiro, porque não existem evidências que consigam comprovar essas informações.

A respeito de Zumbi, não se sabe também se ele teve esposa e filhos, mas uma carta escrita por um rei português sugere o contrário. Esse rei chamado d. Pedro II (não o nosso d. Pedro II, claro) escreveu uma carta para Zumbi oferecendo-lhe perdão pelas suas ações, caso ele aceitasse ser um súdito do rei de Portugal.

A carta do rei português para Zumbi foi escrita em 1685 e não sabemos se ela um dia chegou ao seu destinatário. De toda forma, quando o assunto é oferta de rendição, sabemos que Zumbi e Ganga Zumba, o antigo líder de Palmares, entraram em choque por conta disso, o que foi determinante para a ascensão de Zumbi como líder de Palmares.

Em 1678, Ganga Zumba era o líder de Palmares e recebeu uma oferta de paz do governador da capitania de Pernambuco. Ganga Zumba aceitou a oferta de paz que lhe foi oferecida e Zumbi não concordava com o aceite da oferta, porque ela estipulava que somente os nascidos em Palmares seriam livres. O desentendimento entre os dois levou ao envenenamento de Ganga Zumba e Zumbi tornou-se, depois disso, o líder de Palmares.

Não sabemos se foi Zumbi quem matou Ganga Zumba ou se ele esteve envolvido no planejamento do assassinato. Zumbi também é conhecido atualmente como sobrinho de Ganga Zumba, mas existem historiadores que desacreditam disso, falando que o uso da palavra “sobrinho” servia somente para designar que ele era um protegido de Ganga Zumba.

Zumbi era um dos generais palmarinos e os relatos portugueses afirmam que ele era um dos grandes responsáveis pelo sucesso dos palmarinos em expulsar as expedições enviadas pelos portugueses na época. O nome de Zumbi pode derivar do termo africano “nzumbi” que significava fantasma. Zumbi esteve à frente da resistência final de Palmares e conseguiu escapar quando Cerca Real do Macaco caiu para os portugueses.

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Como morreu Zumbi dos Palmares?

Zumbi conseguiu fugir quando Palmares caiu para a expedição de Domingos Jorge Velho. Até meados do século XX, os historiadores acreditavam que ele teria cometido suicídio ao se jogar de um precipício, mas estudos recentes conseguiram provar que ele fugiu e passou os meses seguintes escondido na mata e vivendo de pequenos assaltos.

Em 1695, Antônio Soares, um dos companheiros de Zumbi, foi capturado pelos portugueses que por meio da tortura conseguiram obter a localização de Zumbi. Existem historiadores que falam que Antônio Soares entregou Zumbi em troca de sua liberdade. De toda forma, Zumbi foi emboscado e morto em 20 de novembro de 1695. Atualmente, no dia da morte de Zumbi, comemora-se o Dia da Consciência Negra.

Por Daniel Neves Silva

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