Origens do movimento operário no Brasil
Veja como ocorreu o processo histórico de origem do movimento operário no Brasil e conheça suas influências teóricas socialistas e anarquistas.
A origem do movimento operário no Brasil se deu, sobretudo, por influência dos imigrantes estrangeiros que vieram para o país, no final do século XIX, para trabalhar nas lavouras de café. Esses imigrantes eram prioritariamente italianos, alemães, japoneses, poloneses, entre outros.
Os imigrantes, engrossando as fileiras de trabalho das primeiras indústrias brasileiras, no início do século XX, trouxeram da Europa as ideias e teorias em voga entre a classe trabalhadora europeia. As principais teorias sociais difundidas no Brasil foram o socialismo científico e o anarquismo. As principais lutas reivindicativas do operariado brasileiro se concentraram em torno das melhores condições de trabalho, menor carga horária de trabalho e assistência trabalhista.
A teoria socialista, mais precisamente o socialismo científico, teve sua origem nos pensamentos de Karl Marx (1818-1883) e exerceu importante papel na articulação dos operários. O Partido Socialista Brasileiro foi fundado na primeira década do século XX, no ano de 1906. O anarquismo teve como principal mentor Mikhail Bakunin (1814-1876).
No entanto, a partir dessas organizações e filiações teóricas do movimento operário brasileiro, uma das principais formas de reivindicação desses operários que não surtiu o efeito desejado foi a solicitação de melhores condições de trabalho ao governo. Essas solicitações não foram atendidas, pois o poder público controlava grandes parcelas dessas indústrias, e tais medidas resultariam em prejuízos.
A ascensão da industrialização no Brasil e a consequente urbanização ocorrida principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo não apresentaram qualquer planejamento, trazendo sérios problemas, como a falta de tratamento de água e esgoto. No entanto, é interessante ressaltar que a falta de infraestrutura urbana ocorria fundamentalmente nos bairros operários, pois nas regiões centrais dessas cidades, onde habitava a elite, estavam presentes todos os tipos de benefícios urbanos – situação que não se modificou nas cidades da atualidade.
Leandro Carvalho
Mestre em História