História

Montagem do sistema colonial espanhol

Saiba como aconteceu a montagem do sistema colonial espanhol e entenda melhor a História da América.

Modelo de hacienda implantado nas colônias espanholas da América do Sul

Com as grandes navegações e a expansão marítima das nações ibéricas (Portugal e Espanha) a partir do século XV, ocorreu, como sabemos, a descoberta do continente americano, que também foi chamado de “Novo Mundo”, pelos europeus. Pois bem, logo após essa descoberta, os europeus deram início a um processo de colonização desse continente, com a finalidade de explorar suas riquezas naturais e estabelecer organizações administrativas.

No caso específico da montagem do sistema colonial espanhol, o processo ocorreu de três formas: 1) os repartimientos; 2) as encomiendas e 3) as haciendas.

Os repartimientos foram a primeira forma de organização da extração de metais preciosos. Sabe-se que, ao contrário da América Portuguesa (Brasil), na América Espanhola, a extração de metais começou logo nos primeiros anos, isso porque os próprios nativos (astecas, por exemplo) já dominavam as técnicas de extração e fundição do ouro. Após a conquista da terra e a subjugação dos povos nativos, os europeus precisaram montar o sistema de repartimientos, empregando a mão de obra compulsória dos nativos na extração de metais.

Com as encomiendas (cujo significado é recomendar, delegar), os colonos espanhóis aperfeiçoaram o sistema de repartimiento, conseguindo estabelecer acordos com os chefes tribais dos nativos e, a partir disso, aplicar a mão de obra tanto na extração de metais quanto em pequenas lavouras. Em troca, comprometiam-se a educar os nativos segundo os preceitos da religião católica. Os encomenderos possuíam algumas limitações determinadas pela coroa, tais como não se apoderar das terras indígenas.

Já as haciendas (cujo sentido aproximado é estância ou fazenda) consistiam em um sistema de grandes lavouras, chamadas plantations, nas quais, geralmente, cultivava-se apenas um tipo de planta (prática conhecida como monocultura). Os donos das haciendas eram, desse modo, qualificados como grandes latifundiários. O tipo de trabalho praticado nas haciendas era compulsório e fortemente supervisionado pelo proprietário, que subjugava seus trabalhadores por meio de dependências sociais e econômicas.

O principal produto cultivado nas haciendas era o açúcar. Sendo assim, os latifúndios (grandes propriedades de terras cultiváveis) da América Espanhola, em sua maioria, dedicavam-se à plantação de cana-de-açúcar.


Por Me. Cláudio Fernandes

Por Cláudio Fernandes

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