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Vinicius de Moraes

Poesia para adultos e crianças: Clique e conheça o universo do poeta Vinícius de Moraes!

Vinicius de Moraes nasceu no dia 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, e faleceu em sua cidade natal no dia 09 de julho de 1980 Vinicius de Moraes nasceu no dia 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, e faleceu em sua cidade natal no dia 09 de julho de 1980

Você já ouviu falar do poeta Vinicius de Moraes? Ele é um dos mais famosos e queridos poetas de nossa Literatura e escreveu poemas e também belas canções de nossa música popular brasileira. Quer conhecer um pouco mais sobre ele? O Escola Kids te convida a viajar pelo universo de Vinicius de Moraes.

Vinicius de Moraes nasceu no dia 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro, e faleceu no dia 09 de julho de 1980 em sua cidade natal. Ele foi poeta, compositor, jornalista, dramaturgo e diplomata! Foi um dos representantes da poesia da segunda fase do modernismo — importante escola literária da literatura brasileira — ao lado de nomes como Cecília Meireles, Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade. O lirismo de seus poemas, carregados de beleza e emoção, fez dele um dos mais populares poetas do Brasil. Ele costumava dizer que a poesia era sua primeira e maior vocação, embora tenha exercido diversas funções ao longo de sua vida. Na música, compôs ao lado de nomes como Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto e Chico Buarque.

Vinicius também ficou conhecido por seus poemas infantis: os poemas da obra A Arca de Noé viraram disco totalmente voltado para crianças. O poeta escrevia para seus filhos, Suzana e Pedro de Moraes, suas grandes inspirações. Que tal conhecermos alguns de seus poemas infantis? O Escola Kids escolheu três lindos poemas de Vinícius de Moraes que certamente vão deixar você com muita vontade de conhecer mais ainda a obra desse grande escritor. Boa leitura!


Por ter criado um vínculo afetivo com as crianças, A Arca de Noé tornou-se um dos livros mais populares de Vinicius de Moraes

A arca de Noé

Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre — "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista

Na serra o arco-íris se esvai . . .
E . . . desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.


Vinicius de Moraes integrou o grupo de poetas religiosos que se formou no Rio de Janeiro entre as décadas de 1930 e 1940

São Francisco

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho
Dormindo à noite
Junto ao moinho
Bebendo a água
Do ribeirinho.

Lá vai São Francisco
De pé no chão
Levando nada 
No seu surrão
Dizendo ao vento
Bom-dia, amigo
Dizendo ao fogo
Saúde, irmão.

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesuscristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos.


A arte de Vinicius de Moraes é uma porta de entrada para a Literatura brasileira. Várias gerações já conheceram mais sobre a poesia através dele!

Natal

De repente o sol raiou
E o galo cocoricou:

— Cristo nasceu!

O boi, no campo perdido
Soltou um longo mugido:

— Aonde? Aonde?

Com seu balido tremido
Ligeiro diz o cordeiro:

— Em Belém! Em Belém!

Eis senão quando, num zurro
Se ouve a risada do burro:

— Foi sim que eu estava lá!

E o papagaio que é gira
Pôs-se a falar: — É mentira!

Os bichos de pena, em bando
Reclamaram protestando.

O pombal todo arrulhava:
— Cruz credo! Cruz credo!

Brava
A arara a gritar começa:

— Mentira! Arara. Ora essa!
— Cristo nasceu! canta o galo.
— Aonde? pergunta o boi.
— Num estábulo! — o cavalo
Contente rincha onde foi.

Bale o cordeiro também:

— Em Belém! Mé! Em Belém!

E os bichos todos pegaram
O papagaio caturra
E de raiva lhe aplicaram
Uma grandíssima surra.


Por Luana Castro
Graduada em Letras

Por Luana Castro Alves Perez

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