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Sexta-feira 13: origens

Veja algumas pistas para se entender as superstições relacionadas com a Sexta-feira 13!

A superstição em torno da sexta-feira 13 tem várias possíveis origens A superstição em torno da sexta-feira 13 tem várias possíveis origens

Por que a sexta-feira 13 é uma superstição?

Sabemos que, ao menos no mundo ocidental, em vários países, há certo receio popular quando o dia 13 do mês ocorre em uma sexta-feira. Muitas pessoas acreditam que a sexta-feira 13 traz azar, maldições ou algo negativo semelhante. Essas crenças sobre essa data são consideradas superstição porque estão associadas a mitos e lendas de tradições diferentes, que se misturaram ao longo do tempo. A “sobrevivência”, isto é, os resquícios que ficam dessas tradições, é o que forma a superstição (palavra que vem do latim superstitio e significa “o que ficou acima [ficou de pé]” ou “o que sobreviveu”).

É sempre difícil, e em alguns casos até impossível, rastrear as origens de determinada superstição, mas no que diz respeito à sexta-feira 13, veja a seguir as principais pistas.

O número 13 em dois mitos nórdicos

O número 13 e a sexta-feira remontam à tradição nórdica (que compreende, entre outros, os povos germânico e escandinavo). Dois mitos nórdicos são geralmente citados quando se tenta identificar as origens dessa superstição.

O primeiro narra a história da reunião de jantar em Valhalla (morada dos deuses). Nessa reunião estavam doze deuses. Loki, o deus da trapaça, que não foi convidado, decidiu entrar na reunião sem ser percebido (formando assim um total de 13 pessoas). Por causa de sua inveja, Loki armou uma cilada mortífera para Balder, deus do Sol. Por essa razão, entre as civilizações nórdicas, como a dos Vikings, o número 13 – sobretudo em reuniões de jantar – era sempre motivo de azar.

O outro mito está relacionado com a deusa Frigga, para a qual eram dedicados cultos de fertilidade. Quando houve a cristianização dos povos nórdicos, no início da Idade Média, o culto à Frigga decaiu e, segundo a crendice popular, a deusa passou a se vingar, reunindo-se todas as sextas-feiras com 11 bruxas e o demônio (13 seres maléficos no total) para fazer malefícios aos humanos.

Última ceia e Sexta-feira da Paixão

A tradição cristã também contribuiu, de certa forma, para a simbologia do número 13. A última ceia, que ocorreu momentos antes da prisão de Cristo, reuniu 13 pessoas: Jesus e os 12 apóstolos. Além disso, o calendário católico associa o dia da crucificação e morte de Cristo à sexta-feira. A sexta-feira da Paixão é uma das principais datas do catolicismo.

13 de outubro de 1307: perseguição aos templários

Outra fonte possível para a disseminação do receio à sexta-feira 13 vem da Idade Média. No ano de 1307, o monarca francês Felipe IV, que procurava fortalecer seu reino, tentou entrar para a Ordem dos Templários. Essa era uma ordem atuante desde o século XI e com grande prestígio. Os membros da ordem, contudo, recusaram a entrada do rei. Para se vingar, Felipe IV ordenou a perseguição e prisão de toda a Ordem.

Os templários foram acusados de:

[...] incinerar o cadáver de irmãos falecidos e transformar as cinzas num pó que era misturado aos irmãos mais jovens em sua comida e bebida, para fazê-lo aderir firmemente à sua fé e idolatria; de cozinhar e assar criancinhas e de ungir seus ídolos com a gordura delas; de celebrar ritos e mistérios ocultos, aos quais eram apresentadas virgens jovens e tenras, e de uma variedade de abominações absurdas e horrendas demais para serem nomeadas.” [1]

Esse evento ocorreu no dia 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira. Essa perseguição acabou por levar a Ordem dos Templários ao completo obscurecimento.

Série de filmes com a personagem Jason Voorhees

Em se tratando de disseminação em massa da superstição do dia 13, a imagem que realmente fica é a do personagem Jason Voorheees, da franquia de filmes iniciada nos anos 1980 e intitulada “Sexta-feira 13”. Jason foi morto afogado em 13 de junho de 1958, uma sexta-feira, durante um acampamento em Crystal Lake. Jason então voltou do mundo dos mortos, para vingar-se, como um monstro que usa uma máscara de hóquei.

NOTA

[1] ADDISON, Charles G. A história dos cavaleiros templários e do Templo. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

Por Me. Cláudio Fernandes

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