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Guerra da Coreia

Clique neste link do Escola Kids e tenha acesso a informações a respeito da Guerra da Coreia. Esse conflito iniciou-se em 1950, quando os norte-coreanos invadiram a Coreia do Sul com o objetivo de reunificar a Coreia. Esse conflito foi uma marca da Guerra Fria e refletiu a bipolarização do mundo.

Tropas americanas sendo desembarcadas em Inchon, em setembro de 1950 Tropas americanas sendo desembarcadas em Inchon, em setembro de 1950

A Guerra da Coreia foi um conflito que despontou na Península da Coreia poucos anos após a Segunda Guerra Mundial. Ele foi consequência direta da bipolarização que existiu no mundo durante o período conhecido como Guerra Fria. Estima-se que a Guerra da Coreia em seus três anos de duração tenham causado aproximadamente 2,5 milhões de vítimas entre mortos e feridos.

Antecedentes

O conflito que despontou na Coreia a partir de 1950 foi resultado da divisão da Península entre americanos e soviéticos e da bipolarização do mundo no contexto da Guerra Fria. A divisão da Península da Coreia foi determinada pelos Aliados no final da Segunda Guerra Mundial.

A Península da Coreia sofria com o imperialismo japonês desde o início do século XX, e a ocupação daquela região pelos japoneses acontecia desde 1910. A ocupação da Coreia pelo Japão aconteceu após a assinatura do Acordo de Anexação Coreia-Japão. O imperialismo dos japoneses não se manifestou apenas em relação à Coreia, mas também em relação à China.

A presença japonesa na Coreia levou milhares de cidadãos japoneses a se mudar para a península e criar colônias japonesas, tomando parte das terras produtivas dos coreanos. Além disso, registraram-se casos de coreanos que foram colocados em regimes de trabalho forçado, e muitas coreanas foram vítimas de exploração sexual.

Com o deflagrar da Segunda Guerra Mundial, o movimento nacionalista coreano fortaleceu-se e juntou esforços com os Estados Unidos para lutar contra os japoneses. Após o fim da guerra e a derrota dos japoneses, os coreanos imaginavam que recuperariam a independência de seu território, no entanto, o que não imaginavam é que as potências mundiais possuíam outros interesses para a região.

A Coreia foi oficialmente dividida por Estados Unidos e União Soviética em duas zonas de influência. Além disso, foi estabelecido o Paralelo 38 como marco de divisão entre as duas Coreias. A Coreia do Norte foi entregue ao domínio soviético, e a Coreia do Sul foi entregue ao domínio americano. A ideia era formar governos distintos nas duas Coreias e, após um tempo, abandonar militarmente a região.

Rivalidade entre Coreia do Norte e Coreia do Sul

Com as zonas de influência devidamente estabelecidas, formaram-se governos em cada uma das Coreias, cada qual alinhado com a potência que a ocupava militarmente. Assim, no norte, estabeleceu-se um governo alinhado com a União Soviética e governado por Kim Il-sung; no sul, estabeleceu-se um governo alinhado com os Estados Unidos e governado por Syngman Rhee.

Os dois governantes impuseram um domínio ditatorial sobre a região que governavam e alimentavam esperanças de reunificar a Coreia sob seu domínio. Entre 1948 e 1949, tanto EUA quanto URSS iniciaram a retirada militar da península, no entanto, no caso norte-coreano, criou-se uma extensa cooperação com os soviéticos, que passaram a ofertar apoio militar e econômico.

Dentro desse contexto de cooperação, Kim Il-sung, governante da Coreia do Norte, manifestou suas intenções de realizar um ataque contra a Coreia do Sul visando à anexação da região sob o domínio do regime comunista. Inicialmente, a União Soviética, governada por Josef Stalin, rejeitou a proposta norte-coreana temerosa de que uma ação sobre a Coreia do Sul causasse um conflito aberto contra os EUA.

Os soviéticos, no entanto, foram convencidos a cooperar com os norte-coreanos, porque Kim Il-sung alegou que seria uma ação militar rápida, o que impediria uma reação norte-americana. Além disso, deve ser levado em consideração o fato de que a União Soviética preocupava-se com a possibilidade de perder influência naquela região da Ásia para os chineses, que haviam acabado de estabelecer um regime comunista em seu país.

Guerra da Coreia

Uma vez que o projeto de anexação da Coreia do Sul foi aprovado, os preparativos foram iniciados pela liderança norte-coreana. Para realizar a invasão da Coreia do Sul, os norte-coreanos contaram com o apoio dos soviéticos e, principalmente, dos chineses, que cederam para os norte-coreanos milhares de soldados que haviam lutado na Guerra Civil Chinesa e eram etnicamente coreanos.

As operações militares travadas na Guerra da Coreia iniciaram-se no dia 25 de junho de 1950, quando as tropas norte-coreanas cruzaram o Paralelo 38 e iniciaram a invasão da Coreia do Sul. A partir daí, iniciou-se uma guerra que pode ser dividida em três fases e que foi responsável pela morte de milhões de pessoas.

  • Primeira Fase

A primeira fase da guerra foi marcada pelo predomínio das forças norte-coreanas, que, mais bem preparadas e equipadas para a guerra, conquistaram uma série de cidades e isolaram o exército sul-coreano em um pequeno espaço de terra conhecido como Perímetro de Pusan. A invasão da Coreia do Sul pelas forças comunistas gerou uma reação internacional a partir da Organização das Nações Unidas (ONU).

A reação internacional à invasão da Coreia do Sul foi quase imediata e ocorreu com a Resolução 83 do Conselho de Segurança da ONU. Essa resolução foi divulgada no dia 27 de junho de 1950 e autorizou a intervenção estrangeira na guerra que estava sendo travada no solo coreano. Após isso, os EUA, principalmente, iniciaram o desembarque de tropas na Península com o objetivo de auxiliar as forças sul-coreanas.

A atuação das forças da ONU (formadas em geral por americanos) destacou-se durante a Batalha de Pusan ou a Batalha do Perímetro de Pusan, que aconteceu entre agosto e setembro de 1950 e mobilizou 140 mil soldados da ONU lutando contra 98 mil soldados norte-coreanos em uma linha de batalha que se estendia por 225 quilômetros |1|.

  • Segunda fase

Pode-se considerar que uma segunda fase da Guerra da Coreia iniciou-se a partir dos desembarques de tropas americanas em Inchon. Isso ocorreu em setembro de 1950 e deu início a uma fase na qual as tropas norte-coreanas foram forçadas a realizar recuos em sequência. Os avanços dos norte-americanos geraram uma resposta dos chineses, que ameaçaram entrar no conflito caso os norte-americanos e sul-coreanos ultrapassassem o Paralelo 38.

Nessa segunda fase, foi a vez das forças da ONU e sul-coreanas de exercerem o predomínio sobre o campo de batalha, invadindo a Coreia do Norte e reduzindo as tropas norte-coreanas a um pequeno território. Isso, conforme havia sido prometido, gerou uma reação da China, que interveio no conflito a partir de outubro de 1950 cruzando o Rio Yalu (fronteira natural da China com a Coreia do Norte).

A entrada da China no conflito é explicada por dois fatores: 1º) os chineses temiam que a derrota da Coreia do Norte precipitasse a invasão do território chinês, o que colocaria em risco o regime comunista que havia sido instalado naquele país em 1949; 2º) os chineses tinham uma visão internacionalista do comunismo e defendiam a expansão do comunismo por diversas partes do mundo.

A guerra indefinida e a trégua

Todas essas movimentações e mudanças de cenário aconteceram praticamente nos primeiros meses da guerra. Após a entrada da China, uma terceira fase do conflito iniciou-se. Essa fase foi caracterizada pelo equilíbrio das forças, que ficaram concentradas em torno da região do Paralelo 38.

A extensão desse cenário durante os anos seguintes e a indefinição do conflito resultaram em negociações por um armísticio. As negociações foram realizadas em Panmunjom, e uma trégua foi assinada pelos dois países em 27 de julho de 1953. Apesar do armísticio, um acordo de paz entre os dois países nunca foi assinado, o que tecnicamente coloca os dois países em estado de guerra até hoje, apesar de conflitos entre as partes não terem acontecido desde então.

A Guerra da Coreia ratificou a divisão que existia entre norte e sul-coreanos, e esse conflito foi um dos mais mortais de todo o século XX. O historiador Eric Hobsbawm, por exemplo, afirma que a Guerra da Coreia foi a quarta maior guerra do mundo em número de mortos, atrás apenas das duas guerras mundiais e da Segunda Guerra Sino-Japonesa no período entre 1937 e 1939 |2|.

|1| Batalha de Pusan: um dos primeiros grandes confrontos da Guerra da Coreia nos anos 1950. Para acessar este texto, clique aqui.
|2| HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 32.

Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Por Daniel Neves Silva

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