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História do Natal

O Natal é uma tradicional festa cristã celebrada, no Ocidente, no dia 25 de dezembro. Essa festa é uma das mais importantes festividades dos cristãos e celebra o nascimento de Jesus Cristo há mais de dois mil anos. Apesar de ser cristão, o Natal, enquanto data comemorativa, foi criado sobre outras festividades pagãs que existiam na Antiguidade.

O Natal é comemorado também por outras vertentes do cristianismo, como a Igreja Ortodoxa, que o celebra no dia 7 de janeiro. Parte das tradições atuais do Natal, como a montagem da árvore de Natal, também é oriunda de tradições pagãs que foram popularizadas pelos Estados Unidos. Atualmente, muitos têm comemorado o Natal de maneira secularizada, ressaltando o dia como um momento de fraternidade.

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Origem do Natal

Acredita-se que o Natal seja comemorado no dia 25 de dezembro como estratégia da Igreja para suplantar comemorações pagãs, como a de Mitra.

Existe um grande debate entre os especialistas e estudiosos do assunto a respeito do surgimento do Natal e do porquê o dia 25 de dezembro ter sido escolhido para celebrar o nascimento de Cristo. Chegar a conclusões sobre esse assunto é complicado para os especialistas pela falta de fontes e evidências, uma vez que muita coisa perdeu-se e o que está disponível hoje é pouco.

Ainda assim, existem horizontes que podem servir de guia para a pesquisa de arqueólogos e historiadores. Um deles é a afirmação de que o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro, provavelmente, como uma resposta do cristianismo ou da Igreja a festividades pagãs que aconteciam nesse dia. Isso remonta ao período do Império Romano, e, inclusive, o nome da festa deriva de uma palavra latina. Natal vem de natalis, palavra em latim que significa “nascer”.

  • Festas pagãs

Como mencionamos, a teoria mais aceita entre os especialistas é a de que o Natal surgiu de festividades pagãs que eram realizadas no dia 25 de dezembro, no Império Romano. Essas festividades romanas têm associação direta com a passagem das estações, uma vez que, próximo ao 25 de dezembro, ocorre o solstício de inverno, evento astronômico que marca o início do inverno.

O solstício de inverno marca o mais curto dia de Sol do ano, e, por isso, após ele, esse astro “renasce” aos poucos e os dias de Sol tornam-se cada vez mais longos no Hemisfério Norte. Essa espécie de renascimento do Sol era um momento importante de celebração para os romanos que rogavam pela fertilidade.

A festa que celebrava esse renascimento solar era o Dies Natalis Solis Invicti, realizada para o Sol Invicto, um deus do panteão romano. Existem associações que apontam uma relação do Natal com outra festividade romana chamada Saturnália, realizada em homenagem a Saturno e que se iniciava em 17 de dezembro, estendendo-se por sete dias.

Devido ao forte sincretismo religioso presente no Império Romano, a festa ao Sol Invicto passou a ser tida também como uma comemoração mitraica, isto é, em homenagem a Mitra, uma deusa de origem persa que se tornou muito popular no Império Romano por volta do século II d. C. O Natal também é associado com festividades realizadas por outras culturas, além da romana.

Esse é o caso dos povos do norte do continente europeu: germânicos e nórdicos. Na Escandinávia, o solstício de inverno abrigava uma grande celebração que ficou conhecida como Yule ou Jól. Considera-se Jól como uma importante festa religiosa em homenagem a Odin, e a ela também se atribui símbolos importantes do Natal moderno, como a árvore de Natal.

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Quem criou o Natal?

No final do século II, escritos de Clemente de Alexandria apontam que os cristãos não consideravam o 25 de dezembro como data do nascimento de Jesus.

É muito difícil respondermos quem criou o Natal, uma vez que, como mencionamos, as fontes para sustentar conclusões são precárias. Sabemos que o Natal, como festa cristã, surgiu em algum momento entre o século II d. C. e o século IV d. C. Ainda assim, existem algumas hipóteses que apontam o criador dessa data comemorativa cristã, como veremos a seguir.

Como sabemos que o Natal foi criado após o século II d. C.? Os historiadores dizem que não existem menções ao nascimento de Cristo em documentos cristãos anteriores a esse período. O primeiro documento que menciona a existência de discussões sobre o nascimento de Cristo é do ano 200, aproximadamente.

Essa menção foi feita por Clemente de Alexandria, e nesse documento ele mencionava que existiam estudiosos que apontavam diferentes dias para o nascimento de Jesus Cristo. Esse mesmo documento também aponta para uma informação importante: os cristãos do século II d. C. não consideravam o dia 25 de dezembro como a data do nascimento de Cristo.

A primeira menção ao dia 25 de dezembro como dia do nascimento de Jesus só apareceu no século IV d. C., em uma publicação conhecida como Cronógrafo de 354, um calendário produzido por Fúrio Dionísio Filócalo. O calendário de Filócalo pode ter sido influenciado por uma decisão do papa Júlio I, que, apontam alguns, determinou, em 350, a comemoração do nascimento de Cristo em 25 de dezembro.

A escolha do 25 de dezembro como o dia para celebrar o nascimento de Cristo, segundo a teoria mais aceita atualmente, aconteceu supostamente como uma iniciativa da Igreja Católica para enfraquecer as celebrações pagãs que aconteciam na época do solstício de inverno e garantir a conversão de fiéis.

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Símbolos natalinos

O presépio é um dos grandes símbolos do Natal e foi criado por São Francisco de Assis, no século XIII.

Com o passar do tempo, o Natal foi ganhando novas formas e novos símbolos. Atualmente, esses símbolos são parte importante da comemoração natalina e chegaram até nós, brasileiros, pela influência da Igreja Católica ou até mesmo pela influência da cultura norte-americana via publicidade. Alguns deles são:

  • Presépio: pequena representação do nascimento de Jesus Cristo que é realizada nas igrejas. Esse costume nasceu com São Francisco de Assis, no século XIII, como forma de explicar para os camponeses o nascimento de Jesus.

  • Papai Noel: dentro da tradição cristã, o Papai Noel remonta a São Nicolau, santo católico conhecido por fazer caridade. Sua imagem atual foi resultando de uma campanha de marketing natalina criada pela Coca-Cola.

  • Árvore de Natal: a prática de decorar uma árvore remonta a culturas pagãs da Antiguidade e acabou sendo incluída na comemoração cristã. A prática popularizou-se na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

Diferença de datas

O Natal na Igreja Católica é comemorado no 25 de dezembro, enquanto na Igreja Ortodoxa é celebrado em 7 de janeiro. Essa diferença explica-se basicamente pelo fato de que a Igreja Católica baseia seu calendário litúrgico no calendário gregoriano, criado no século XVI. A Igreja Ortodoxa, por sua vez, baseia-se no calendário juliano, criado no século I a. C.

Por Daniel Neves Silva

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