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Che Guevara

Che Guevara é conhecido por ter sido um revolucionário argentino que teve participação fundamental na Revolução Cubana de 1959, chegando a ocupar cargos importantes no governo desse país. Che Guevara também participou de lutas revolucionárias no Congo e na Bolívia.

Além da sua trajetória como revolucionário, da história pessoal de Che Guevara pode-se falar que ele teve origem em uma família argentina de boa condição financeira, estudou e formou-se em Medicina, realizou viagens pela América do Sul, e acabou sendo morto após ser capturado pelo exército boliviano em 1967.

Acesse também: Guerra Fria: entenda o contexto histórico em que Che Guevara esteve envolvido

Origens

Casa que Che Guevara residiu durante parte de sua infância em Alta Gracia. O local atualmente é um museu.[1]

Ernesto Guevara de la Serna nasceu em Rosário, na Argentina, em 14 de junho de 1928. Ele foi o filho mais velho de um total de cinco filhos que Ernesto Guevara Lynch e Celia de la Serna tiveram juntos. Os irmãos de Che Guevara foram Celia (1929), Roberto (1932), Ana María (1934) e Juan Martín (1943).

A família de Che Guevara tinha boa condição financeira, e, por isso, quando Che ainda era bem novo, seus pais decidiram mudar-se de Buenos Aires para Alta Gracia por causa dos problemas respiratórios que ele possuía. Nessa pequena cidade, que fica nos arredores de Córdoba, Che passou toda a sua infância e adolescência, estudando em colégios locais.

Desde criança ele tinha um grande interesse pela leitura, e, depois que terminou seus estudos básicos, ele se mudou para a casa da vó materna em Buenos Aires. Na capital argentina, Che ingressou, em 1948, no curso de Medicina pela Universidade de Buenos Aires. Essa foi uma fase difícil da sua vida porque sua família enfrentava problemas financeiros e seus pais tinham se divorciado.

Duas viagens

Duas fotos de Che Guevara durante a sua juventude e infância.[1]

Uma parte muito conhecida da vida de Che Guevara são as duas viagens que ele fez pela América Latina, a primeira com Alberto Granado e a segunda com Carlos Ferrer. Ambas foram feitas com poucos recursos, e a primeira delas até se transformou em um filme conhecido como Diários de motocicleta. O que sabemos da viagem de Che veio por meio de depoimentos e dos diários escritos por ele mesmo.

Antes dessas duas viagens, Che Guevara já tinha realizado outras pelo território argentino. Em uma delas, em 1950, ele explorou o norte de seu país em uma bicicleta motorizada, percorrendo cerca de 4500 km, um feito que o fez ser chamado para protagonizar uma propaganda para a marca da bicicleta. Che Guevara ainda fez viagens como médico, em um petroleiro, em 1951.

Em 1952, Che Guevara iniciou sua famosa primeira viagem pela América do Sul. Estava acompanhado de seu amigo de infância Alberto Granado. Che e Granado viajaram em uma moto Norton e passaram por Chile, Peru, Colômbia e Venezuela. Durante esse trajeto, Che Guevara chocou-se com a pobreza da população, e, somada às leituras que fazia nos últimos anos, essa experiência teve grande influência nas suas visões revolucionárias.

Essa primeira viagem durou sete meses, e, quando ele retornou, em julho de 1952, a Buenos Aires, rapidamente procurou finalizar o seu curso, recebendo, em abril de 1953, o título de médico. Em julho de 1953, ele e outro amigo de infância, Carlos Ferrer, partiram de Buenos Aires, dando início à segunda viagem.

Durante o trajeto, eles passaram pela Bolívia, país sul-americano que estava passando por uma experiência progressista e revolucionária. O governo progressista tentava emplacar reforma agrária, reformas no exército e na educação, e tentava investir no desenvolvimento econômico boliviano.

Na sequência, eles ainda passaram por Peru e Equador, local onde Che Guevara e Carlos Ferrer separaram-se. Che decidiu ir para a Guatemala, país da América Central que tinha um governo progressista e tentava realizar reforma agrária. Ele passou nove meses na Guatemala e, durante seu período lá, pôde aprofundar suas ideias revolucionárias.

Guevara decidiu abandonar esse país depois que ele sofreu um golpe militar apoiado pelos Estados Unidos. Pessoas que tinham contato com o comunismo e o socialismo foram perseguidas pelo governo, e Che decidiu ir para o México. Lá ele foi apresentado a Raúl Castro e Fidel Castro, os dois líderes da Revolução Cubana.

Leia mais: Revolução Sandinista - entenda o processo revolucionário iniciado na Nicarágua no, século XX

Participação na Revolução Cubana

Imagem mais famosa de Che Guevara e que simboliza a sua fase revolucionária.[2]

No México, Che foi convencido a juntar-se ao Movimento 26 de Julho, que lutava contra a ditadura de Fulgêncio Batista. Ele aceitou o convite feito pelos cubanos e foi um dos 82 revolucionários que fizeram parte do iate Granma no retorno a Cuba. Depois de um ataque que sofreram do exército cubano, os revolucionários precisaram remontar suas forças.

Essa remontagem aconteceu em uma região montanhosa de Cuba chamada Sierra Maestra, e nela Che Guevara liderou e treinou tropas guerrilheiras para a luta contra Fulgêncio Batista. Com o passar do tempo, os revolucionários foram ganhando força e a ditadura de Batista foi perdendo legitimidade. Em 1º de janeiro de 1959, Fulgêncio Batista fugiu de Cuba, fazendo do movimento revolucionário vitorioso.

De 1959 até 1965, Che Guevara ocupou vários cargos do novo governo cubano, participou do julgamento de pessoas acusadas de cometer crimes durante a ditadura de Fulgêncio Batista, foi comandante do exército cubano, presidiu o Banco Nacional, liderou o Ministério da Indústria, incentivou campanhas de alfabetização etc.

Para poder ocupar esses cargos, Che Guevara garantiu a nacionalidade cubana, e, nos primeiros anos do governo após a vitória da revolução, defendeu abertamente o alinhamento de Cuba com a União Soviética, uma vez que ele temia uma intervenção direta dos Estados Unidos em Cuba para derrubar o governo revolucionário.

Esse alinhamento acabou acontecendo em 1961, quando os Estados Unidos organizaram uma tentativa de invasão de Cuba, na Baía dos Porcos. A convergência entre Cuba e a União Soviética fez com que os Estados Unidos realizassem represálias para prejudicar a economia cubana. No ano seguinte, Cuba foi palco de uma das maiores crises da Guerra Fria: a Crise dos Mísseis.

Nela Che era favorável ao posicionamento dos mísseis soviéticos em Cuba e irritou-se quando os soviéticos decidiram retirar os mísseis de lá. Che Guevara ainda foi motivo de disputa política no Brasil porque o presidente Jânio Quadros decidiu condecorá-lo, em 1961, o que irritou os membros do seu partido, a conservadora UDN. Se quiser saber mais sobre o movimento que levou Fidel Castro ao poder, leia: Revolução Cubana.

Falecimento

Memorial em Cuba onde estão depositados os restos mortais de Che Guevara.

Depois de 1965, Che Guevara decidiu abandonar suas funções no governo cubano e voltar à luta revolucionária. Ele queria levar os princípios da Revolução Cubana para outros locais, e tentou desenvolver uma guerrilha na Argentina, mas não obteve sucesso. Depois ele partiu para o Congo (atual República Democrática do Congo), na África.

A experiência revolucionária no Congo aconteceu entre 1965 e 1966, mas fracassou, e Che retornou para o continente americano. Em 1966, ele foi à Bolívia para, novamente, desenvolver um projeto revolucionário nesse país dominado por uma ditadura desde 1964.

Na Bolívia ele também não conseguiu obter sucesso, e, em 8 de outubro de 1967, foi emboscado e ferido em um ataque do exército boliviano. No dia seguinte, foi morto. Os restos mortais de Che Guevara foram encontrados na Bolívia, em 1997, e estão atualmente em um memorial em Cuba.

Créditos das imagens

[1] Arquivo pessoal/Daniel Neves

[2] spatuletail e Shutterstock 

Por Daniel Neves Silva

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